Ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o presidente Jair Bolsonaro rompeu com a prática diplomática habitual e visitou nesta segunda-feira (1) o Muro das Lamentações, em Jerusalém. Segundo a Chancelaria do país judeu, o acontecimento é inédito: jamais outro chefe de Estado realizou tal visita ao lado de um líder de Israel.
O local é sagrado para os judeus, pois marca o ponto onde ficava o Templo Judaico, destruído há 2 mil anos. Com o quipá (peça de vestuário utilizado por seguidores do Judaísmo) na cabeça, Bolsonaro colocou as duas mãos nas pedras do muro e, com Netanyahu fazendo o mesmo do seu lado esquerdo, recolheu-se por vários segundos com a cabeça inclinada.
O presidente brasileiro cumpriu com a tradição de inserir nos espaços do Muro um pedaço de papel destinado à realização de um voto.
Durante décadas, chefes de Estado se abstiveram de aparecer ao lado de um líder de Israel em frente ao Muro das Lamentações — localizado na parte oriental de Jerusalém, área disputada por israelenses e palestinos — para evitar que parecessem se posicionar em questões de soberania.
O presidente americano Donald Trump visitou o Muro em maio de 2017, mas ele foi acompanhado pelo Rabino do Muro, Shmuel Rabinovitz, e não por um líder israelense.
Assim, a presença de Netanyahu na visita do brasileiro tem um caráter simbólico importante, em mais uma sinalização de apoio do governo Bolsonaro ao atual premiê. Bolsonaro não visitou a Mesquita de Al-Aqsa, sagrada para os muçulmanos, e sua agenda não inclui os territórios palestinos.