As forças de segurança de Comores dispersaram violentamente uma manifestação da oposição, nesta segunda-feira. Os opositores acusam o atual chefe de Estado, Azali Asumani, de ter organizado uma fraude generalizada para ganhar o primeiro turno das eleições presidenciais neste domingo.
À espera dos primeiros resultados, vários candidatos das eleições, acompanhados de uma centena de partidários, tentaram protestar na Praça da Independência, em Moroni, capital deste arquipélago do sudeste da África, para denunciar o "sequestro" feito pelo presidente.
Dezenas de gendarmes já esperavam e lançaram gases lacrimogêneos e balas de borracha para dispersar.
À tarde, a calma tinha voltado à capital, onde se via militares armados nas grandes avenidas para "prevenção", disse à AFP o ministro do Interior, Mohamed Daudu, conhecido como Kiki.
Segundo uma fonte do setor de saúde, a intervenção deixou 12 pessoas com ferimentos leves.
Mesmo antes do fechamento dos colégios eleitorais, os 12 candidatos de oposição ao coronel Azali, de 60 anos, denunciaram que no domingo houve uma "festa à fantasia" e uma fraude maciça no pleito. Eles chamaram a população a "resistir".
Azali Asumani, que chegou ao poder com um golpe de Estado, dirigiu o país entre 1999 e 2006 e foi reeleito em 2016. Há um ano, aplicou uma reforma constitucional por referendo para se manter no poder.
* AFP