O presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, decidiu que Theresa May não pode submeter a uma votação no Parlamento o mesmo acordo do Brexit que foi rejeitado. A chefe do governo iria reenviar nesta semana o mesmo texto para os deputados.
A medida frustra os planos da primeira-ministra poucos dias antes de 29 de março, data marcada para o Reino Unido deixar a União Europeia.
Em janeiro, a proposta sofreu uma forte rejeição dos deputados britânicos, com 202 votos a favor e 432 contra. Numa segunda tentativa de aprovar o projeto, May o apresentou novamente no dia 12 de março. No entanto, a Câmara dos Comuns derrubou o acordo por 391 votos a 242.
— O governo não pode legitimamente reenviar para a Câmara a mesma proposta ou substancialmente a mesma proposta que na semana passada foi rejeitada por 149 votos — afirmou Bercow diante da perspectiva de "uma terceira ou até quarta" votação do texto.
Para os deputados votarem novamente sobre a questão, May deve apresentar algo "substancialmente" diferente, ressaltou o presidente da casa legislativa.
Nesta segunda-feira, ameaçando um adiamento "longo" que poderia ser fatal para o processo, May ainda lutava para conseguir o apoio dos deputados que são contrários à União Europeia. A primeira-ministra procurou organizar uma nova votação na quarta-feira para trazer seu resultado à cúpula europeia que acontece na quinta e na sexta-feira em Bruxelas.
Os líderes europeus já avisaram não estarem dispostos a reabrir a negociação de um acordo considerado "o melhor possível, o único possível".