O Uruguai abrirá em fevereiro uma nova licitação para que cinco novas empresas comecem a produzir maconha com fins recreativos para ser vendida nas farmácias, informou o governo nesta quinta-feira (6).
A licitação, prevista para 11 de fevereiro, será para até cinco empresas que deverão produzir 2.000 kg de maconha por ano, em terrenos de três hectares que serão fornecidos pelo Estado uruguaio e contarão com segurança pelas autoridades, detalhou a Presidência.
"Essas empresas se unirão às duas que atualmente produzem" maconha, explicou em coletiva de imprensa o chefe de gabinete da Presidência uruguaia, Juan Andrés Roballo.
A venda em farmácias está habilitada desde julho do ano passado. Mais de 31.000 pessoas se registraram para comprar. Além disso, existem ao menos 7.000 produtores e 110 clubes filiados, de acordo com os últimos números oficiais disponíveis.
"O mercado formal arrebatou pelo menos 10 milhões de dólares do comércio de drogas em apenas um ano e meio", disse Roballo, referindo-se aos efeitos da inovadora legislação uruguaia, aprovada em 2013, que permite o cultivo doméstico, cooperativo e a compra de cannabis produzida pelo Estado.
"Trata-se de dinheiro do mercado regulado, que é impedido de atingir o tráfico de drogas e, portanto, financia atividades criminosas", acrescentou Roballo.
O diretor do Instituto de Regulação e Controle da Cannabis (Ircca), Martín Rodríguez, destacou que as novas empresas se submeterão as mesmas "condições de venda, logística e sistema de pagamentos" das atuais: "duas toneladas por ano de produção e distribuição por companhia, 100% correspondente a folhas secas e embalagem nas condições estabelecidas" em pacotes herméticos.
O Uruguai aprovou em 2013 uma inédita lei que permite o cultivo doméstico de até seis pés de maconha por residência; o plantio cooperativo em clubes de até 99 pés por instituição, e a compra de maconha produzida por empresas privadas sob o controle estatal através de farmácias do país, na razão de 40 gramas por mês para usuários registrados no Ircca.
* AFP