Milhares de migrantes hondurenhos, que tentam chegar aos Estados Unidos, ainda aguardam neste sábado (20) a decisão do México de abrir sua fronteira e permitir que eles passem, após deter o avanço da caravana que está fugindo da pobreza e da violência em seu país.
A primeira noite de espera na ponte internacional que une Guatemala e México aconteceu entre sustos para os milhares de centro-americanos reunidos perto da cerca da fronteira da localidade mexicana de Ciudad Hidalgo.
Havia rumores de que um grupo tentaria forçar a entrada na zona mexicana, depois dos momentos de tensão na na sexta-feira quando a polícia usou gás lacrimogêneo para conter a debandada que cruzou a fronteira da Guatemala.
Cinco homens conseguiram acalmar a atmosfera entre os hondurenhos e iniciaram um diálogo improvisado entre as barras com um comandante mexicano - que não quis ser identificado -, diante de quase 200 policiais que passaram a noite vigiando.
Os migrantes fogem "da violência, dos altos custos da cesta básica de nosso país, do alto custo da energia e do alto custo da água", disse um dos organizadores.
Mas dada a incerteza, dezenas que chegaram à cidade guatemalteca de Tecun Uman optaram por voltar para casa em ônibus fornecidos pelo governo.
Dezenas de crianças e bebês estão entre os migrantes que lotam a ponte na fronteira e que atravessa o rio Suchiate. No acampamento improvisado de migrantes, algumas pessoas demonstram impaciência com a impossibilidade de passar pela fronteira com o México.
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, qualificou o incidente de "situação inédita" e advertiu que seu país não permitirá a entrada em seu território de maneira irregular, "muito menos de forma violenta".
"A entrada violenta no país não apenas atenta contra nossa soberania, mas também coloca em risco os próprios migrantes", disse Peña Nieto em um vídeo divulgado nas redes sociais.
Mas o presidente reafirmou que o México mantém a disposição de apoiar os migrantes que decidam entrar no país respeitando as leis.
A marcha reúne mais de 4 mil hondurenhos que saíram da cidade de San Pedro Sula, no norte de Honduras, após uma convocação divulgada pelas redes sociais.
Esta onda migratória desencadeou a fúria do presidente Donald Trump, que ameaçou cortar a ajuda econômica para Guatemala, El Salvador e Honduras se não contiverem a caravana, cujo avanço também pediu para que o México impedisse, sob pena de fechar com militares a fronteira sul dos Estados Unidos.