O papa Francisco proclamou santos o papa italiano Paulo VI e o o arcebispo salvadorenho Óscar Romero, em uma missa de canonização realizada neste domingo na Praça de São Pedro, no Vaticano.
"Declaramos e consideramos santos Paulo VI e Óscar Arnulfo Romero Galdámez", declarou o papa Francisco em latim, na cerimônia em que também canonizou os religiosos Francisco Spinelli, Vicente Romano, María Catalina Kasper, a Nazaria Ignacia de Santa Teresa de Jesus e o leigo Núncio Sulprizio.
Em homenagem a eles, o papa usou como vestes litúrgicas durante a cerimônia o cíngulo com sangue que Romero usava na cintura no dia de seu assassinato, bem como a casula de Paulo VI.
Milhares de pessoas, religiosos e autoridades dos dois continentes assistiram à solene proclamação, marcada pelo fervor de uns 7 mil salvadorenhos, que viajaram para a canonização de Romero (1917-1980).
Os presidentes de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén; Panamá, Juan Carlos Varela; do Chile, Sebastián Piñera; e da Itália, Sergio Matarella, assim como a rainha Sofia da Espanha estavam entre os participantes do ato solene.
A canonização de Paulo VI, pontífice de 1963 a 1978, figura histórica do Concílio Vaticano II, que modernizou a Igreja e melhorou a má relação com o Judaísmo, marca um papa que entrou para a história por irritar conservadores e liberais.
Com suas reformas, incomodou os conservadores e depois os liberais por ter assinado em 1968 a polêmica encíclica Humane Vitae, que incluiu a proibição da pílula anticoncepcional, decisão que afastou muitos fiéis.
Este será o terceiro papa que Francisco converte em santo depois de João XXIII (1958-1963) e João Paulo II (1978-2005).
Por décadas acusado de ser marxista e próximo à Teologia da Libertação, o novo santo latino-americano, monsenhor Romero, por sua vez, será venerado nos altares como um exemplo para os católicos de todo o mundo por sua denúncia das injustiças sociais e pela defesa dos direitos humanos.
Os dois novos santos são figuras representativas da Igreja que o papa argentino impulsiona, "pobre para os pobres", aberta ao diálogo, mas também sem rótulos: nem progressista nem conservadora.
* AFP