Nesta terça-feira (21), o Facebook anunciou que 652 páginas, perfis e grupos criados para "confundir usuários" foram banidos da rede. De acordo com a empresa de inteligência FireEye, contratada pela rede para desbaratar o esquema de influência, a rede foi criada para espalhar informações falsas sob influência russa e iraniana, com temas anti-israelenses e anti-sauditas.
De acordo com a empresa, foi possível provar a conexão da rede, chamada Liberty Front Press, com a mídia estatal iraniana, através de endereços de IP e páginas de Facebook com os mesmos administradores. As primeiras contas foram encontradas em 2013. O foco desta rede era postar notícias falsas relacionadas aos EUA, Reino Unido, América Latina e Oriente Médio.
"Também removemos páginas, grupos e contas que foram identificados pelo governo norte-americano como operadas pelos serviços de inteligência russos", afirmou o Facebook. Embora não tenham conexão direta com a rede iraniana, essa rede de disseminação de informações falsas era ligada a atividades políticas na Síria e na Ucrânia.
Também nesta terça, o Facebook anunciou que desenvolveu ferramentas para identificar os usuários que divulgam notícias falsas de forma indiscriminada na rede social. Entretanto, a rede negou uma informação divulgada pelo Washington Post de que está sendo desenvolvido um sistema que qualifica a confiabilidade de todos os usuários.
A plataforma, que tem dois bilhões de usuários ativos, está sob críticas por supostamente não fazer o suficiente para bloquear a maré de informações falsas que circulam nela.
O grupo explicou que desenvolveu um sistema para evitar que o trabalho de seus verificadores seja destruído por usuários que assinalam sistematicamente notícias, mesmo que sejam corretas, muitas vezes devido ao fato de não estarem de acordo com o conteúdo.
"A razão pela qual fazemos isso é porque queremos que a nossa luta contra a desinformação seja a mais eficaz possível", afirmou a empresa, consultada pela AFP.
Os usuários que advertem de informações suspeitas de serem falsas recebem um ponto de confiabilidade que vai de 0 a 1 de acordo com a sua capacidade para distinguir as histórias reais das falsas. Essa é uma das muitas ferramentas usadas para fazer alertas às equipes encarregadas de corroborar e eliminar os conteúdos suspeitos.