O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, pediu nesta quarta-feira (20) aos separatistas catalães que renunciem à sua "escalada de radicalidade e desobediência", enquanto milhares deles protestavam em Barcelona pela detenção de políticos com vínculos com o referendo de independência.
"Renunciem de uma vez a esta escalada de radicalismo e desobediência (...) Estão a tempo de evitar males maiores", disse Rajoy, em discurso transmitido pela televisão, enquanto busca impedir esta votação convocada pelo governo regional, em desobediência à Justiça espanhola.
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Milhares de catalães saíram às ruas de Barcelona nesta quarta-feira em protesto contra a detenção de 13 membros do governo da região, que pretende organizar um referendo de autodeterminação proibido pela Justiça.
Diante do prédio do Departamento de Relações Exteriores do governo catalão, manifestantes cercaram e atacaram um veículo da Guarda Civil.
— Fora, forças de ocupação — gritaram alguns manifestantes.
— Já são 13 detenções e 22 operações de busca — disse um porta-voz da Guarda Civil, no momento de intensificação das operações policiais ordenadas pela Justiça contra a organização do referendo previsto para 1º de outubro.
Com suas ações, o Estado espanhol "suspendeu, de facto, a autonomia da Catalunha e impôs, de facto, um estado de exceção", denunciou o presidente do governo catalão, o separatista Carles Puigdemont, que voltou a convocar os catalães a votarem na consulta para "defender a democracia frente a um regime repressivo e intimidador".
— O governo defende os direitos de todos os espanhóis e está cumprindo sua obrigação. O Estado de Direito funciona — afirmou Rajoy, ao ser questionado sobre as operações durante uma sessão acalorada no Congresso em Madri.
Deputados catalães abandonaram o plenário em protesto contra as detenções. O Executivo catalão confirmou que, entre os detidos, está Josep Maria Jove, braço direito do vice-presidente regional, o separatista Oriol Junqueras. Os motivos das detenções não foram anunciados pela Guarda Civil, nem pelo Ministério do Interior. O Tribunal constitucional havia advertido várias autoridades contra a organização do referendo e que, ao fazê-lo, ficam expostas às consequências judiciais.
* AFP