A assembleia constituinte da Venezuela iniciará suas sessões nesta terça-feira (8) em meio a protestos do parlamento de maioria opositora. O grupo tomou posse na sexta-feira (4) e destituiu a procuradora-geral, Luisa Ortega, que acusou o presidente Nicolás Maduro de ter “ambições ditatoriais”.
A primeira sessão do grupo que irá redigir a nova constituição venezuelana enfrenta um ambiente de desaprovação interna e internacional. O Congresso acusa a presidente da assembleia constituinte Delcy Rodríguez e outros integrantes do grupo de tomar controle do salão do Legislativo na noite de segunda (7), com o apoio de militares.
Segundo o comunicado do Congresso, Rodríguez e correligionários "forçaram" a entrada do salão do legislativo com o aval do coronel Bladimir Lugo, chefe militar encarregado de proteger o local. Rodríguez disse que o parlamento e a assembleia constituinte conviveriam no palácio legislativo.
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A oposição tenta, agora, convocar venezuelanos a bloquear as ruas do país e prosseguir com os protestos iniciados há quatro meses contra o presidente Nicolás Maduro.
– Não deixaremos as ruas porque o povo tem razões de sobra para protestar contra a ditadura – declarou o deputado opositor Freddy Guevara, vice-presidente do parlamento.
A oposição ignora a constituinte e considera a votação de uma nova constituição um instrumento de Maduro para se perpetuar no poder.
A oposição ignora a constituinte e considera a votação de uma nova constituição um instrumento de Maduro para se perpetuar no poder. A constituinte de Maduro também não é reconhecida por Estados Unidos, pelo Brasil e outros países latino-americanos e pela União Europeia. A ONU denunciou o governo venezuelano pelo “uso de forças excessivas” e “torturas”.