O presidente americano, Donald Trump, afirmou, nesta quinta-feira (10), ter feito um "grande favor" às Forças Armadas dos Estados Unidos ao vetar a incorporação de transgêneros às tropas.
Falando a jornalistas em seu clube de golfe em Nova Jersey, onde passa as férias, Trump disse que a questão dos militares transgêneros era "complicada" e "confusa" para as Forças Armadas.
– Veja, eu tenho um grande respeito pela comunidade (transgênero) – disse Trump. – Penso ter grande apoio, ou ter tido grande apoio, desta comunidade. Tive muitos votos – prosseguiu.
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Segundo Trump, porém, a questão das tropas transgênero era "uma situação muito difícil" para as Forças Armadas americanas.
– Como sabem, era uma questão muito complicada para os militares – insistiu. – Era uma questão muito confusa para os militares – continuou.
– Acho que estou fazendo um grande favor para os militares – reforçou.
Em uma série de tuítes postados no mês passado, o presidente derrubou uma política que durou mais de um ano durante a administração Obama e que permitiu a transgêneros servir abertamente nas Forças Armadas.
Seu anúncio foi feito com pouca coordenação com o Pentágono e durante as férias do secretário de Defesa, Jim Mattis, surpreendendo o Departamento, que tentava, às pressas, trazer uma resposta coerente.
Esta semana, cinco mulheres trans das Forças Armadas americanas entraram com processos contra Trump e o Pentágono em razão do veto. Em uma ação apresentada em uma corte federal na quarta-feira (9), as cinco pleiteantes, membros da Força Aérea, da Guarda Costeira e do Exército, declararam sentir-se inseguras sobre seu futuro.
A ação foi apresentada pelo Centro Nacional de Direitos das Lésbicas (NCLR, na sigla em inglês) e pelo grupo de advocacia GLAAD, contra Trump, Mattis e vários outros altos oficiais. Todas as demandantes eram homens que fizeram a transição para se tornar mulheres.
O número de trans entre o 1,3 milhão de membros ativos nas Forças Armadas americanas é pequeno, com estimativas que variam entre 1.320 e 15 mil.
Duas semanas após os tuítes de Trump, a Casa Branca não havia dado diretrizes claras ao Pentágono sobre como deve implementar o veto aos transgêneros. Por isso, a política atual permanece em vigor por enquanto.