A explosão de um carro-bomba deixou pelo menos 24 mortos e dezenas de feridos, nesta segunda-feira (24), em um bairro de maioria xiita de Cabul. De acordo com o jornal The Guardian, o atentado teve como alvo um ônibus que transportava funcionários do governo do Afeganistão. O ataque foi reivindicado pelo Talibã.
O Ministério afegão do Interior comunicou que o veículo levava profissionais do Ministério de Minas. No entanto, o Talibã, por meio da declaração em que assumiu a autoria do atentado, afirmou que o ônibus transportava profissionais da inteligência do governo.
No domingo (23), um protesto popular previsto para esta segunda-feira foi cancelado por medida de segurança. Minoria no país, a comunidade hazara relembraria o primeiro ano do atentado contra uma manifestação de milhares de seus membros, em 23 de julho de 2016, quando 84 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas – foi o primeiro ataque reivindicado pelo Estado Islâmico (EI) no centro da capital afegã.
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A comunidade hazara é uma minoria xiita de cerca de três milhões de pessoas, discriminada e marginalizada no país. É conhecida por ser uma das mais liberais do Afeganistão, sobretudo, no tratamento reservado às mulheres.
O ataque desta segunda-feira ocorreu pouco antes de 7h pelo horário local (23h30min de domingo, no horário de Brasília). A área da explosão fica próxima a uma zona residencial de Cabul, onde há há muitas academias, universidades e institutos, além de lojas e salões de festas.
Vítimas do ataque foram transportadas de táxi e em carros particulares. Um ônibus ficou completamente carbonizado perto do ministério para onde levava os funcionários. Muitas lojas foram atingidas, e a rua ficou cheia de escombros e de árvores derrubadas.
A casa do líder da comunidade xiita hazara e membro do Parlamento, Mohamed Moqaqeq, também fica nas proximidades da área.
– O carro explodiu na frente do primeiro posto de controle da residência do senhor Moqaqeq, deixando mortos e feridos entre os guardas e os civis. Acreditamos que quisesse alcançar a casa do senhor Moqaqeq, mas foi preso por nossos guardas – declarou o porta-voz do parlamentar, Omid Maisom.
O presidente afegão, Ashraf Ghani condenou o atentado, "um crime que alimentará o rancor da população contras os terroristas".