Barack Obama criticou seu sucessor, o presidente Donald Trump, nesta quinta-feira (1º) por abandonar o Acordo de Paris sobre o clima, alertando que essa decisão faz com que os Estados Unidos "rejeitem o futuro".
"As nações que permanecem no Acordo de Paris serão as nações que colherão os benefícios em empregos e indústrias criadas", afirmou Obama em um comunicado.
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"Mesmo na ausência da liderança americana, mesmo que esta administração se una a um pequeno grupo de nações que rejeitam o futuro, estou confiante de que nossos estados, cidades e empresas vão avançar e fazer ainda mais para indicar o caminho e ajudar a proteger o único planeta que temos para as futuras gerações", acrescentou.
Antes de deixar a presidência, Obama ajudou a guiar o pacto internacional histórico, sob o qual todas as nações signatárias se comprometem a limitar o aquecimento global provocado pelas emissões de carbono.
"Foi uma audaz ambição americana que encorajou dezenas de outras nações a estabelecerem objetivos mais altos", disse Obama.
"E o que tornou possível essa liderança e ambição foi a inovação privada dos Estados Unidos e o investimento público em indústrias em crescimento como as de energia eólica e solar", completou.
Mas Trump, que durante a campanha havia prometido anular a participação dos Estados Unidos no pacto, disse que ia abandonar o acordo de Paris porque este prejudica a economia americana.
– O Acordo de Paris prejudicaria nossa economia, paralisaria nossos trabalhadores, enfraqueceria nossa soberania, imporia um risco legal inaceitável e nos colocaria em uma desvantagem permanente em relação aos outros países do mundo – disse Trump em um discurso no jardim da Casa Branca.
O republicano disse, no entanto, que está disposto a renegociar o acordo, ou a criar um novo pacto, "em termos que sejam justos para os Estados Unidos, seus negócios, seus trabalhadores, seu povo e seus contribuintes".
ONU
A decisão dos Estados Unidos de se retirarem do Acordo de Paris sobre o clima é uma "grande decepção", afirmou o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.
"É essencial que os Estados Unidos mantenham um papel dirigente nos assuntos ambientais", disse Dujarric.
Alemanha, França e Itália afirmam que Acordo de Paris "não é renegociável"
Os chefes de Estado e de governo alemão, francês e italiano lamentam, em uma declaração conjunta, a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima e afirmaram que este "não é renegociável".
"Lamentamos a decisão dos Estados Unidos" de sair deste pacto, indicam no comunicado. "Estamos firmemente convencidos de que o acordo não pode ser renegociado", acrescentam.
* AFP