Embora ainda investigue as causas do atropelamento que deixou um morto e 10 feridos em frente a uma mesquita, em Londres, a polícia britânica trata o incidente como ataque terrorista. Segundo uma testemunha ouvida pelo jornal The Guardian, o agressor gritou que queria "matar todos os muçulmanos".
– A caminhonete veio para cima da gente. Acredito que pelo menos 10 pessoas ficaram feridas e, por sorte, eu consegui escapar – afirmou Abdulrahman Saleh Alamoudi. – Então, o homem saiu da caminhonete e o agarrei. Estava gritando: "Vou matar todos os muçulmanos, vou matar todos os muçulmanos". Ao mesmo tempo, ele ia dando murros – relatou.
O suspeito de 48 anos atropelou os fiéis que saíam da mesquita onde rezaram. Todas as vítimas eram muçulmanas, conforme o coordenador da polícia antiterrorista, Neil Basu. O suposto terrorista está sendo interrogado pela Polícia Metropolitana (Met), nesta segunda-feira (19).
Leia mais
Ataque terrorista deixa um morto e 10 feridos em frente a mesquita em Londres
"Tinha muita gente chorando, revoltada, mas não houve violência", diz jornalista
O homem que morreu após o ataque já estava recebendo atendimento no local no momento do atropelamento. A polícia investiga "qualquer ligação causal" entre a morte e o ataque.
– Infelizmente, ele morreu, (mas) é muito cedo para indicar se a morte dele foi resultado do ataque – disse Basu.
Alamoudi relatou que estava junto com um grupo de fiéis que acabava de terminar de rezar e que, naquele momento, ajudava um idoso que "tinha caído" quando a caminhonete do agressor se dirigiu contra as vítimas. Quando conseguiram imobilizar o motorista da van, segundo Alamoudi, o homem pediu que o "matassem".
Outra testemunha, Abdikadar Warfa, contou como ele ajudou a deter o suspeito enquanto outras pessoas socorriam as vítimas que ficaram feridas no atropelamento.
– Vi um homem sob a caminhonete. Ele estava sangrando e meu amigo me disse que era preciso levantar o veículo. Eu estava ocupado com o homem que tinha tentado escapar – disse.
Salah Alamoudi apontou que as pessoas que ajudaram a deter o agressor esperaram "meia hora" até a chegada dos agentes e que o terrorista "era um tipo forte, um homem grande".
Um morador do bairro de Finsbury Park, Abdul Abdullahi, que passou pela mesquita, relatou "uma sensação de confusão" e disse que viu "gente jogada no chão" enquanto o agressor "parecia indiferente".