Acusado de perturbação à ordem pública, o opositor russo Alexei Navalny foi condenado a 15 dias de prisão, nesta segunda-feira, no dia seguinte a uma manifestação em Moscou contra a corrupção do governo de Vladimir Putin. Centenas de pessoas foram levadas à prisão, no domingo, após os protestos na capital e em outras cidades da Rússia.
Navalny também foi condenado por resistir à prisão e multado em 20 mil rublos (325 euros) por ter organizado uma concentração não-autorizada, segundo decisão do tribunal Tverskoi de Moscou.
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Governo russo classifica protesto em Moscou como "provocação"
Para o Kremlin, o protesto organizado foi uma "provocação".
– O que vimos ontem (domingo) em muitos lugares, e talvez em particular em Moscou, foi uma provocação e uma mentira – declarou à imprensa o porta-voz Dmitri Peskov.
O porta-voz também afirmou que alguns menores de idade receberam a promessa de "recompensas financeiras em caso de detenção pelas forças de segurança" durante os protestos. Peskov não apresentou, no entanto, nenhuma prova sobre as acusações e se limitou a afirmar que eram "fatos".
Milhares de pessoas protestaram no domingo em Moscou e outras cidades da Rússia, convocadas por Navalny, que deseja enfrentar Vladimir Putin na eleição presidencial de 2018. O líder opositor anunciou a manifestação depois de publicar um relatório no qual acusa o primeiro-ministro Dmitri Medvedev de estar à frente de um império imobiliário financiado por oligarcas.
Opositor determinado a desafiar Putin
Protagonista dos protestos de domingo, o advogado Alexei Navalny é um carismático orador e, às vezes, um nacionalista radical. Ele é também o principal opositor liberal de Vladimir Putin, a quem desafiará nas eleições presidenciais de 2018.
O partido Navalny, o Progresso, foi proibido em 2015 e se uniu com outra sigla da oposição, o Prnas, que apenas apresentou dois candidatos nas legislativas de 2016. Nenhum deles foi eleito.
O advogado, que faz da luta contra a corrupção seu cavalo de batalha, está disposto, apesar de tudo, a desafiar Putin nas próximas eleições presidenciais de março de 2018, e ao partido do poder, a Rússia Unida, segundo ele o "partido dos ladrões e fraudadores".
*AFP