A esposa do candidato da direita francesa às eleições presidenciais de 2017, François Fillon, que sempre se apresentou como uma dona de casa, recebeu cerca de 500 mil euros como assessora parlamentar do marido. A revelação foi divulgada, nesta quarta-feira, pela revista francesa Le Canard Enchainé.
A revista, que mescla sátira com jornalismo investigativo, informa que quando Fillon era deputado, sua mulher, Penelope, recebeu durante vários períodos pagamento como assessora parlamentar. Segundo a lei francesa, contratar um familiar não é proibido, desde que a pessoa realize uma função definida e efetiva, o que não é o caso de Penelope, segundo a revista.
Thierry Solère, porta-voz do candidato, admitiu que efetivamente Penelope Fillon "foi colaboradora de François Fillon".
– É frequente que os cônjuges sejam colaboradores – afirmou Solère, sem dar mais detalhes.
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A revista afirma que Penelope recebeu pagamentos entre 1998 e 2002 como assessora parlamentar de Fillon. De 2002 e 2007, quando Fillon estava no gabinete de Jacques Chirac, Penelope permaneceu como assessora parlamentar, do suplente Marc Joulaud, com salário de entre 6,9 e 7,9 mil euros por mês.
Uma colaboradora de Joulaud entrevistada pela revista garantiu que "jamais" trabalhou com Penelope.
– Jamais trabalhei com ela, não tenho qualquer informação sobre o assunto e só a conhecia como mulher do ministro – disse à revista.
De acordo com a revista, Penelope voltou a receber salários "durante ao menos seis meses" durante 2012, quando Fillon retornou à função de deputado.
"No total, Penelope recebeu cerca de 500 mil euros de fundos parlamentares", avalia a revista.
Fillon lidera as pesquisas para a eleição presidencial na França, cujo primeiro turno ocorrerá em abril.