Pelo menos 18 pessoas foram mortas neste domingo em dois ataques suicidas em mercados da capital iraquiana Bagdá, enquanto o grupo extremista Estado Islâmico (EI) está na defensiva em Mossul, no norte do país.
O primeiro ataque, reivindicado pelo EI, visou o mercado de frutas e legumes de Jamila, localizado em Sadr City, um bairro habitado principalmente por muçulmanos xiitas, comunidade alvo frequente de ataques do grupo ultrarradical sunita.
– Um soldado de guarda na entrada do mercado abriu fogo contra um carro suspeito depois de ser alertado, mas o suicida detonou o veículo – explicou à AFP o porta-voz do ministério do Interior, Saad Maan.
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Doze pessoas foram mortas e 39 ficaram feridas no ataque, de acordo com um balanço fornecido à AFP por fontes médicas e um coronel da polícia. O soldado que fazia a guarda do mercado ficou ferido. O ataque foi reivindicado em um comunicado postado na internet pelo EI, que afirmou que o suicida era um iraquiano.
Um hospital de Sadr City indicou em um comunicado que o corpo do homem-bomba foi levado para o necrotério e que uma carga explosiva que carregava consigo explodiu quando um funcionário procurava por documentos de identidade em seu cadáver. Segundo o comunicado, a explosão não fez nenhuma vítima, mas uma foto enviada por um funcionário do hospital mostra que a porta do necrotério ficou destruída. Um coronel da polícia confirmou que o corpo de uma pessoa retirada do local do ataque explodiu mais tarde no necrotério.
Também neste domingo, outro homem-bomba se explodiu em um mercado no bairro de Baladiyat, no leste da capital, deixando pelo menos seis mortos e 16 feridos, segundo as autoridades. Este último ataque, porém, não foi reivindicado até o momento.
Após um período de relativa calma, a capital do Iraque enfrenta um ressurgimento dos ataques do EI desde o lançamento, em 17 de outubro, da ofensiva para recuperar Mossul, a segunda maior cidade do país e o maior reduto do grupo extremista.
O último grande ataque foi cometido em 2 de janeiro em um bairro xiita da capital. No mesmo dia, o presidente francês François Hollande realizava uma visita a Bagdá. Ele causou 32 mortes e foi reivindicado pelo grupo EI, que considera os xiitas, maioria no Iraque, como "hereges".
O EI perdeu grande parte do território que havia conquistado em 2014 e defende ferozmente sua fortaleza de Mossul, no norte do Iraque.
*AFP