Após a prisão de seis suspeitos durante as investigações do assassinato do embaixador russo na Turquia, Andrey Karlov, a Rússia afirmou que ainda não é possível determinar "quem está por trás" do crime. A declaração do Kremlin ocorre após o governo turco apontar o pregador Fethullah Gülen como responsável pelo homicídio.
– Moscou acredita que é preciso esperar os resultados do trabalho do grupo de investigação (russo-turco) que começou ontem (na terça-feira) em Ancara – declarou o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov. – Não se pode tirar conclusões precipitadas até que a investigação tenha determinado quem está por trás do assassinato de nosso embaixador – acrescentou.
Na terça-feira, uma equipe russa chegou à Turquia para investigar o assassinato de Karlov. O policial turco Mevlüt Mert Altintas, 22 anos, efetuou vários disparos contra o embaixador durante a inauguração de uma exposição de fotos, em Ancara.
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O chefe da diplomacia turca, Mevlüt Cavusoglu, declarou, na terça-feira, que a rede de Fethullah Gülen, inimigo declarado do presidente Recep Tayyip Erdogan, estaria por trás do assassinato. Exilado nos Estados Unidos, o teólogo é apontado por Ancara como o responsável pelo golpe de Estado fracassado de julho passado. Gülen, que rejeita as acusações de envolvimento na tentativa de golpe de julho, declarou que sente "profunda tristeza" pelo assassinato do embaixador russo.
Em um fato inédito, Ancara aceitou a participação de 18 especialistas russos na investigação do crime. O grupo, que inclui agentes do serviço secreto e diplomatas russos, chegou nesta terça-feira a Ancara para colaborar com a investigação, informou o ministro russo das Relações Exteriores, Sergueï Lavrov.