O governo japonês reduziu o alerta de tsunami emitido após terremoto de magnitude 6,9 na escala Richter na costa da cidade de Fukushima. O tremor provocou ondas de até três metros em localidades próximas, e deixou feridos leves.
O terremoto aconteceu às 6h da manhã desta terça-feira (19h de segunda-feira pelo horário de verão de Brasília), a uma profundidade de 10 quilômetros. Depois do primeiro alerta de tsunami, o nível foi revisto para uma simples advertência cerca de quatro horas mais tarde.
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A companhia Tepco (Tokyo Electric Power), que opera a usina nuclear de Fukushima, indicou que uma onda de um metro tocou a costa adjacente, mas que, segundo informações preliminares, não houve incidentes.
Tepco relatou ainda que um dos sistemas de refrigeração da piscina de combustível usado pelo reator 3 parou, mas seu funcionamento foi restabelecido pouco depois.
Duas horas depois do terremoto, na costa de Sendai, registrou-se uma onda de pouco mais de um metro. Em outras localidades, o nível do mar subiu vários centímetros.
Segundo informações preliminares não houve danos, e foram registrados apenas alguns feridos sem gravidade. Moradores do litoral sentiram fortemente os tremores.
– Foi um sismo forte e muito longo. As sirenes soaram para prevenir sobre o risco de tsunami na costa, mas estou preocupada principalmente com as centrais nucleares – desabafou Akemi Anzai, residente na localidade de Minamisoma, ao norte de Fukushima.
O governo abriu uma célula de crise para dar informações e orientar as equipes de emergência, os municípios e a população.
– Dei algumas instruções para que se ofereça ao povo japonês a informação de forma adequada e oportuna sobre o tsunami e também tomar conhecimento da situação dos danos causados – disse o primeiro-ministro Shinzo Abe, em uma coletiva de imprensa no Hotel Emperador de Buenos Aires, onde se encontra em visita oficial.
Ele também pediu que sejam "tomadas as medidas necessárias para os desastres" desse tipo.
– A costa é um lugar extremamente perigoso. Por favor, não vão para o mar, nem para suas proximidades até que se suspendam todos os alertas e todos os avisos – disse um funcionário da unidade meteorológica em uma entrevista coletiva divulgada pela rede NHK.
O Japão se situa na junção de quatro placas tectônicas e experimenta uma série de tremores violentos a cada ano. Em março de 2011, um terremoto de 9,0 graus de magnitude provocou um tsunami na costa nordeste do Japão, deixando mais de 18 mil mortos e desaparecidos, e derretendo três reatores da usina nuclear de Fukushima, o que provocou a liberação de uma grande quantidade de material radioativo.
Em abril passado, dois fortes terremotos atingiram a província de Kumamoto, no sul do Japão, e foram seguidos por mais de 1,7 mil tremores secundários, deixando pelo menos 50 mortos e causando danos generalizados.
A cidade de Fukushima fica a 250 quilômetros ao norte de Tóquio.
*AFP