Os últimos 150 euros atravessaram o Mar Mediterrâneo colados com fita crepe embaixo da camisa. Uma semana após a chegada a Lampedusa, certo de que era livre para deixar o país e seguir o rumo que preferisse, Awet Habtom (foto) colocou numa sacola plástica uma única muda de roupa. E, à luz do dia, comprou passagem para Narwik, a terra do sol da meia-noite, no norte da Noruega. Com os estudos parados em Dekemhare, sua cidade natal na Eritreia, sem receber dinheiro pelo trabalho em tempo integral numa repartição do exército, e sob a ditadura do presidente Isaias Afwerki, Awet, 20 anos, parece se importar pouco com o que deixou para trás. Agora, se vira com pouco mais de US$ 150 por mês, vive em um grande apartamento, dividido com outros imigrantes ilegais à espera de asilo, mas se alegra por ter a possibilidade de completar o Ensino Médio - mesmo sem dominar nem o norueguês, nem o inglês - e pensar numa carreira ("Química ou Biologia", pondera). Mas continua marginalizado. Perguntado sobre sua situação no país, responde:
O drama dos refugiados
O risco para ter uma nova vida na Europa
Conflitos internos na Ásia e na África resultam na fuga em massa de pessoas que ignoram o perigo de morrer para conseguir um lugar onde possam viver