Frente ao aumento da violência no Sudão do Sul, onde dezenas de civis e dois capacetes azuis indianos morreram na sexta-feira, a ONU e os Estados Unidos fizeram um apelo pelo fim das hostilidades e em favor do diálogo.
Em uma declaração unânime, mas não vinculativa, o Conselho de Segurança das Nações Unidas instou o presidente Salva Kiir e o ex-vice-presidente Riek Machar, cuja rivalidade provocou uma onda de violência étnica no país, "a lançarem um apelo pelo fim das hostilidades e a abertura imediata do diálogo".
O secretário de Estado americano John Kerry também apelou para o diálogo:
- É tempo de os líderes do Sudão do Sul controlarem os grupos armados, acabarem imediatamente com os ataques contra os civis e darem um fim à engrenagem da violência entre os diferentes grupos étnicos e político.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também instou "o governo e as forças da oposição a respeitarem os diretos dos civis e garantirem sua segurança".
Em resposta, Salva Kiir declarou estar pronto para dialogar com Riek Machar "sem pré-condições" a fim de acabar com a violência armada que atinge o país." Estamos prontos para dialogar com qualquer rebelde, incluindo Riek Machar, sem condições", declarou o governo em sua conta no Twitter.
O ministro etíope das Relações Exteriores, Tedros Adhanom, que lidera uma delegação de mediação africana de cinco Estados, declarou, após encontrar na sexta-feira os dois rivais, que as discussões foram "muito produtivas".
Ministros da Etiópia, Quênia, Uganda, Jibuti e Sudão também viajaram a Juba em uma missão para tentar deter os confrontos. A delegação prevê reuniões com o presidente Kiir e várias personalidades políticas detidas após os episódios de violência, com o objetivo de "instalar uma plataforma de diálogo nacional", segundo o ministro de Uganda, Okello Oryem.
A base localizada no povoado de Akobo, estado de Jonglei, foi atacada por cerca de 2.000 jovens da etnia Lou Nuer. Havia 36 refugiados no local.