Abu Bakar Bashir, considerado o líder espiritual do islamismo radical na Indonésia, ameaçou Mianmar se o país não interromper os "atos diabólicos" contra a minoria muçulmana, em uma carta divulgada em site local.
- Escutamos os gritos dos muçulmanos em seu país, provocados por seus atos diabólicos que consistem em expulsá-los de suas casas e matá-los - escreveu Bashir da prisão indonésia na qual cumpre pena, em uma carta com data de 22 de julho e dirigida ao presidente de Mianmar, Thein Sein.
O líder espiritual foi condenado a 15 anos de prisão por ter financiado a criação de uma célula da Al-Qaeda na ilha indonésia de Sumatra.
- Devem acabar com estas violências. Se não atenderem a este chamado, podemos destruí-los, a vocês e a seu povo - afirma a carta publicada no site vao-islam.com, cujo conteúdo foi confirmado pelo Jemaah Ansharut Tauhid (JAT), o movimento islamista fundado em 2008 por Bashir e que o governo dos Estados Unidos considera uma organização terrorista.
Confrontos entre budistas e muçulmanos deixaram oficialmente 80 mortos em junho no estado de Rakhin, oeste de Mianmar, segundo números considerados subestimados.
Quase 800.000 rohingyas -muçulmanos - vivem confinados ao norte deste estado sem integrar os grupos étnicos reconhecidos pelo regime de Naypyidaw. Muitos birmaneses os consideram imigrantes bengaleses ilegais e não escondem a hostilidade.
Minoria religiosa
Violência contra muçulmanos causa tensão no Mianmar
Líder islâmico ameaçou país caso "atos diabólicos" não sejam interrompidos
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