A presidente Dilma Rousseff reuniu-se nesta quinta-feira em Caracas com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Dilma ficará na cidade pelos próximos dois dias para a 3ª Cúpula da América Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento (Calc). A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, também participa do encontro, que terá presença de 30 líderes regionais.
A cúpula marca o retorno de Chávez à cena internacional. Em junho ele foi diagnosticado com câncer. Com Kirchner, o encontro durou quase duas horas. Foram assinados uma série de acordos de cooperação comercial, tecnológica, energética e alimentar, em uma reunião que ocorre em meio aos encontros trimestrais que realizam há vários anos, apesar de esta ter sido a primeira desde a reeleição em outubro da presidente argentina.
- Que ótimo começar (a cúpula) com esta reunião bilateral que não pudemos realizar antes por causa da doença que me surpreendeu e da qual, graças a Deus, saímos e sairemos - disse Chávez durante a assinatura de convênios com Kirchner.
Posteriormente, Chávez iniciou uma reunião com Dilma para assinar "um conjunto de novos projetos" e "revisar os convênios que vão avançando em matéria tecnológica, científica, social", entre outras áreas.
O governante pretende reeditar com Dilma as boas relações que manteve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi um firme aliado da Venezuela e assinou acordos milionários de cooperação com o país, principalmente em petróleo e construção.
De fato, um dos temas bilaterais pendentes é a contribuição da petroleira estatal venezuelana PDVSA na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, fechada com a Petrobras.
A Petrobras anunciou nesta quarta-feira ter aceitado ampliar por 60 dias o prazo para que a PDVSA cumpra com as garantias financeiras requeridas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e confirme assim sua participação na refinaria.
O projeto para a construção de Abreu e Lima surgiu há mais de sete anos, após um acordo entre Lula e Chávez. Mas em 2007 a Petrobras decidiu dar início às obras sozinha porque a PDVSA não tinha efetuado o desembolso dos recursos que lhe garantiam 40% do capital acionário previsto.
Em Caracas
Dilma reúne-se com Hugo Chávez antes da cúpula sobre Integração e Desenvolvimento
Governante venezuelano pretende reeditar com Dilma a boa relação que teve com Lula
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