Para direcionar de forma mais assertiva os voluntários que queiram auxiliar em abrigos e quem busca por informações sobre pessoas desaparecidas em meio as enchentes no Rio Grande do Sul, duas iniciativas mapeiam as necessidades de cada abrigo e listam os nomes de pessoas que foram resgatadas e o local onde estão abrigadas. Plataformas online, o SOS RS e o To Salvo centralizam informações importantes em meio aos milhares de dados compartilhados a cada instante nas redes sociais.
A SOS RS mapeia abrigos seguros, a localização e indica quais são as doações necessárias naquele ponto, enquanto o To Salvo lista pessoas que foram resgatadas, além do local onde estão abrigadas. Para que os serviços se mantenham atualizados, ambas as plataformas contam com, ao menos, um representante que é voluntário em cada abrigo cadastrado nos sistemas.
To Salvo
Em menos de 24h no ar, três mil pessoas resgatadas em diferentes regiões do Estado foram cadastradas na To Salvo. A plataforma é simples e de fácil utilização: para buscar por alguém basta digitar o nome da pessoa. Se houver dados referentes à pesquisa, uma lista com o nome, idade e o local em que ela está abrigada vai carregar automaticamente.
Voluntários de mais de 50 abrigos de diferentes regiões do Estado colaboram com o sistema e alimentam a plataforma com as informações sobre as pessoas que estão abrigadas no local onde atuam. A iniciativa é mantida por por Grazielle Cruz, Marcos Vinícius, Pedro Vianna e Tiago Rodrigues, todos colaboradores da Arquidiocese de Porto Alegre.
— Os padres mandavam listas de pessoas que estavam sem contato com familiares, e a gente ia divulgando pela internet. E aí surgiu demandas de outras cidades, voluntários que vieram até nós encaminhando, então surgiu a ideia de desenvolver o sistema que auxiliasse nesse contato entre pessoas resgatadas e seus familiares — explicou Pedro Vianna, um dos organizadores.
Para colaborar, basta entrar em contato com Marcos Vinícius via WhatsApp pelo número (51) 99245-5122. O To Salvo permite acesso de apenas um voluntário por abrigo, para evitar a repetição no cadastro sobre os abrigados. Os organizadores ressaltam que os voluntários devem ter atenção e informar o nome completo, cidade, bairro e local onde o cadastrado está abrigado.
Ainda conforme Vianna, estima-se que mais sete mil nomes, oriundos de páginas que mapeiam resgatados nas redes sociais, sejam cadastros na plataforma até o fim desta segunda-feira (6). Pessoas que encontraram seus familiares têm o nome retirado do sistema.
SOS RS
SOS RS reúne informações sobre as necessidades de cada abrigo. O sistema informa a localização dos pontos de acolhimento, indica o contato de alguém responsável e mapeia as necessidades de doação, como por exemplo, se precisa de água potável ou cobertores.
Conforme Klaus Riffel, CEO da empresa DOC9 e responsável por desenvolver a plataforma, o intuito é saber em tempo real quais são as necessidades de cada abrigo, administrar os estoques e informar aos voluntários o que - e onde - doar.
Com 80 pontos registrados até o momento, o SOS RS é abastecido por voluntários que estão nos cadastrado. Os padrinhos, como são identificados, são treinados e orientados por equipes da DOC9. A plataforma conta com apoio logístico do Voluntários AbrigaRS, sediado no TecnoPUC
— A gente queria organizar a questão de necessidades efetivas em tempo real. Tinha uma planilha que estava circulando nas redes socais, até dava para ter uma ideia assim, mas era uma planilha de Excel, que não dizia quais itens precisava. Então mobilizei a equipe e ficamos 48h para lançar, nada mais é do que um organizador de estoques — explica Klaus Riffel.
A medida em que chegam doações nos abrigos, o padrinho responsável é orientado a atualizar o sistema para indicar as necessidades do momento. Também é feito um mapeamento sobre doações que estejam sobrando em determinados abrigos para que sejam redistribuídas em outros pontos.
*Produção: Lucas de Oliveira