A Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) divulgou nota nesta sexta-feira sobre a denúncia do advogado Felisberto Odilon Córdova contra o desembargador Eduardo Mattos Gallo Júnior, feita em sessão da 1ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) na quinta-feira à tarde. O defensor acusa Gallo Júnior de pedir propina para votar a favor de Córdova em um processo de pagamento de honorários advocatícios que superam a casa dos R$ 30 milhões.
A AMC, em documento assinado pelo seu presidente, Odson Cardoso Filho, diz que vê com "preocupação com as graves acusações desferidas pelo advogado presente à tribuna". Por isso, enfatiza que o relato de Córdova "deve ser alvo de ampla investigação nas esferas competentes, visando apuração da referida prática de oferta ou pedido de vantagem por qualquer dos atores que se colocam na causa, sejam partes,advogados e/ou julgadores, culminando, então, com as devidas consequências nos campos penal, civil e disciplinar".
Por outro lado, a associação diz que "se com veemência foi apresentada a imputação, elementos de prova devem ser trazidos para elucidação do ocorrido". A AMC ainda diz ser inaceitável a forma com que o advogado expôs a denúncia: "Aqui (TJ-SC) o comportamento exige respeito, serenidade e equilíbrio, sobretudo diante da existência de mecanismos jurídicos adequados à postulação e à defesa de direitos. O agir em juízo impõe urbanidade,sob pena de quebra de princípio ético que norteia o convívio e o exercício das profissões, sendo de todo condenável a adoção de expedientes sensacionalistas".