O arquiteto Lincoln Ganzo de Castro morreu ontem, aos 87 anos, devido a complicações decorrentes de um infarto. Ele estava internado no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, havia quatro dias. Natural de Montevidéu, no Uruguai, nasceu em 10 de dezembro de 1929 e morava no Brasil desde criança. Naturalizado, a família conta que ele tinha muito amor pelo Brasil.
Aluno do Colégio Anchieta na juventude, formou-se arquiteto na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde, posteriormente, tornou-se professor nas faculdades de Arquitetura e de Engenharia.
Uma das suas obras de maior destaque foi a casa que ele construiu para a mãe na Avenida Ganzo na década de 1970. O arquiteto foi um dos responsáveis pelo projeto de urbanização da rua, na qual antes ficava o primeiro Jardim Zoológico de Porto Alegre. Inaugurado em 5 de janeiro de 1913 por iniciativa do seu avô Juan Ganzo Fernandéz, o local funcionou até a segunda metade da década de 1920. Castro projetou também o monumento a Plácido de Castro – que era seu tio-avô – , no Parque Marinha do Brasil, na Capital.
Conforme a família, a atividade de lazer preferida de Castro era velejar. Ele construiu seu primeiro barco, o Antares, aos 16 anos e, mais tarde, ensinou o esporte para toda uma geração de familiares.
Aposentado da docência havia mais de 20 anos, seguiu atuando como arquiteto ao lado do filho, Márcio, até três anos atrás. Depois disso, passou a dedicar-se à confecção de esculturas. As peças que estão em frente à sua casa, no bairro Cristal, em Porto Alegre, foram feitas por ele em homenagem aos lanceiros negros da Revolução Farroupilha.
Castro foi casado com Ione Rangel de Castro por 62 anos, mas, juntando o período de namoro, o casal estava junto há 70 anos. Além da esposa, Castro deixa os filhos, Denise Aerts, Christiane Ganzo e Márcio Ganzo de Castro, e seis netos.
O velório e a cerimônia de despedida ocorreram hoje no Crematório Metropolitano, em Porto Alegre.