A queda foi de 6% em 2016, mas, levando-se em conta o cenário de pé no freio, a caxiense Marcopolo considera o desempenho “praticamente estável” em relação a 2015. A fabricante de ônibus alcançou no ano passado receita líquida consolidada de R$ 2,574 bilhões, contra R$ 2,739 bilhões no ano anterior. A retração de 37,6% no mercado interno foi parcialmente compensada pelo avanço de 27,3% nas exportações e de 14,6% nas vendas concretizadas pelas unidades localizadas no Exterior.
Já o lucro líquido atingiu R$ 222,5 milhões (contra R$ 89,1 milhões no ano anterior). Estranhou? Esse dado foi positivamente impactado pela venda, em setembro passado, de participação equivalente a 7,4% do capital na companhia canadense New Flyer Industries.
E mais: os resultados também foram afetados pela incorporação da Neobus, em agosto de 2016, reafirmando a posição de liderança da Marcopolo no mercado brasileiro de ônibus.
Para minimizar os efeitos de um ano marcado pela instabilidade política e econômica, a empresa fez o dever de casa. Entre as medidas, adotadas ainda no início de 2016, estiveram flexibilização da jornada de trabalho nas fábricas de Caxias do Sul e suspensão temporária dos contratos de trabalho (lay-off) na Marcopolo Rio, em Duque de Caxias. No ano, foram visitados mais de 65 países, que resultaram no incremento de 54,6% no volume físico exportado (2.959 unidades, ante 1.915 em 2015).
E para 2017? O primeiro trimestre será desafiador, mas a companhia acredita na retomada gradual da demanda por ônibus a partir do segundo semestre, em função de perspectivas mais otimistas impactadas pela redução de inflação e juros. O programa Refrota e a regulamentação da acessibilidade podem ajudar o setor. A acompanhar.
Caixa-Forte
Marcopolo considera desempenho de 2016 "praticamente estável" e projeta retomada no 2º semestre
Resultado da fabricante de ônibus foi divulgado nesta quinta-feira ao mercado e surpreendeu pelos dados das exportações
Silvana Toazza
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