A crise afeta a procura por carteiras de habilitação na Serra. Na comparação de janeiro a agosto de 2012 com o mesmo período de 2016, a aplicação de provas práticas para categoria B, que habilita para carros, caiu 18% na região denominada Serra - que abrange Caxias do Sul e arredores, nos Campos de Cima da Serra e na Região das Hortênsias. Há cinco anos, foram 35.416 provas aplicadas. Neste ano, o número caiu para 28.747.
A redução é ainda maior em relação a provas da categoria A, que é para pilotar motocicleta. A queda nos últimos cinco anos foi de 36%. Em números: 7.296 testes nos primeiros oito meses de 2012 para 4.610 no mesmo período deste ano. Os dados são do Detran-RS, divulgados a pedido da reportagem da Gaúcha Serra.
Delegado regional do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Rio Grande do Sul na Serra, Volnei Pinheiro Sessin afirma que o motivo é a crise econômica. Além disso, Sessin cita a quebra na safra da uva do ano passado. Na região denominada Serra, por exemplo, na comparação entre 2014, quando houve o pico na procura pela habilitação para carros e ano em que a crise econômica começa, a redução é de 25% nos testes para carteira na categoria B.
O perfil de quem procura a habilitação também mudou. Antes, era formado por muitos jovens que tinham a carteira bancada pelos pais. Agora, segundo Sessin, são pessoas que precisam da habilitação para trabalhar. O preço para a carteira de motorista também não é um facilitador. No Rio Grande do Sul, o custo para a primeira habilitação na categoria AB é de de R$ 3.043,27. Para a categoria A, é de 1.621,32. Para a B, é de 1.959,94,
Conforme o delegado regional, os CFCs diminuíram o número de profissionais e restringiram horas extras para aguentar as dificuldades de caixa provocadas pela redução na procura pelo serviço.