
O secretário da Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, foi o convidado da reunião da manhã desta segunda-feira do Comitê Permanente de Segurança Pública, criado em março deste ano, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. A ideia dos organizadores era ouvir do gaúcho de Santa Maria exemplos que possam ser seguidos ou discutidos na Capital. E Beltrame, criador há oito anos das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), foi direto:
– A UPP foi uma anestesia em um paciente que ainda precisa de uma grande cirurgia. Conseguimos muito bons resultados no início do projeto e agora temos problemas. Se for preciso, faremos outra anestesia, mas a questão é quando o Estado fará essa cirurgia de cidadania nessas comunidades que foram excluídas da sociedade? Será que essa cirurgia será feita algum dia?
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Segundo ele, implantar um projeto semelhante às UPPs na realidade da Região Metropolitana de Porto Alegre, onde há números recordes de homicídios, talvez não fosse o melhor caminho.
– Esse projeto é fantástico para a realidade do Rio de Janeiro, mesmo onde há problemas, a situação daquelas pessoas é infinitamente melhor do que tínhamos antes. Mas não é um projeto de polícia, é preciso uma ação integrada e adequada à realidade local. E sugeriria criar projetos pequenos, em lugares com problemas localizados e usar isso como piloto para multiplicar a outros lugares. Talvez seja o mais adequado – aponta.
O prefeito José Fortunati e o secretário de Segurança, Wantuir Jacini, também participaram do evento. Ambos criticaram a falta de verbas federais e de empenho orçamentário da União para a Segurança Pública. De acordo com o presidente da Câmara, vereador Cássio Trogildo, o comitê tem o propósito de unir forças.
– Nesta área não há soluções prontas. Queremos chamar a sociedade a participar da busca de alternativas para um problema que é de todos – aponta.
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