Um dia depois da mobilização dos hospitais filantrópicos, os atendimentos eletivos voltaram ao normal nesta quinta-feira,nas seis instituições que paralisaram as atividades na quarta-feira, na Região Central.
Enquanto os hospitais reafirmam que há risco de suspender atendimentos e demitir funcionários por causa da falta de repasse de verbas para atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a posição do governo do Estado é a mesma. A Secretaria Estadual de Saúde afirma que os repasses serão colocados em dia de acordo com o "fluxo do caixa do tesouro estadual".
Nesta quinta-feira, deputados estaduais do PT e do PTB que integram a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa pediram a convocação do secretário de Saúde do Estado, João Gabbardo, para explicações.
O Hospital São Roque, em Faxinal do Soturno, está tentando negociar com o governo os repasses para não interromper as cirurgias de traumatologia.
- Estamos negociando as cirurgias porque poderia ser o primeiro serviço a ser suspenso - explica Flávio Stona, administrador do São Roque.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos informou que, até ontem, ainda não havia sinalização da Secretaria Estadual de Saúde.
Salários estão atrasados
Em São Francisco de Assis, o Hospital Santo Antônio precisou reduzir os atendimentos no plantão pela metade.
- A gente sabe que isso incomoda a comunidade, mas a população respeita a situação - explica Elsa Piovesan, administradora do hospital.
Em Santana da Boa Vista, os 30 funcionários da Fundação Santa Helena estão sem receber salários há dois meses. A dívida com fornecedores chega a R$ 750 mil. Em Júlio de Castilhos, o Hospital Bernardina Salles de Barros continua com cirurgias suspensas. A administração do hospital Santo Antônio, de São Sepé, não quis se manifestar, mas garante que há atrasos nos repasses. O "Diário" tentou contato com a Casa de Saúde, de Santa Maria, mas não conseguiu.
Representantes dos seis hospitais da região devem ir, na quarta-feira, à manifestação em frente ao Palácio Piratini, às 11h.