Após cerca de cinco horas de bloqueio, usuários do transporte público de Cachoeirinha, na Região Metropolitana, liberaram a frente da garagem da empresa Transcal, por volta das 10h40min desta sexta-feira. Durante a reunião, conforme manifestantes, foram expostas as queixas à direção da empresa, que se comprometeu em resolvê-las.
Passageiros alegam insatisfação em função de a empresa ter realizado uma troca de horários e itinerários das linhas de ônibus, há duas semanas, sem informar a população.
- Devido às mudanças, que não foram comunicadas, os trabalhadores estão tendo que caminhar até seis quadras para pegar os ônibus e esperar um longo tempo nas paradas - reclama Paula Bastos, 24 anos, técnica em logística.
Antes da reunião, o gerente-geral da Transcal, Pedro Bessa, afirmou à Zero Hora que as mudanças vieram para enxugar os gastos da empresa diante do período econômico de crise. De acordo com ele, o reajuste tentou unificar vias próximas e paralelas e um único eixo - para que, com isso, fosse reduzida a rodagem. Bessa garante, no entanto, que a oferta continua a mesma.
- Com isso, ainda tivemos uma redução de 10 minutos nas viagens. Sabemos que isso mexe com a vida das pessoas, mas é preciso que elas estejam abertas a se readequar a novas situações. Nos surpreende esse tipo de reivindicação, pois não fomos procurados para conversar antes - afirma o gerente-geral.
Conforme Paula, a direção da Transcal se comprometeu em dialogar com a Metroplan o retorno dos serviços como eram prestados anteriormente. Segundo a manifestante, caso os problemas continuem na próxima segunda-feira, a empresa será novamente procurada pelo grupo.
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Em uma das paradas próximas à garagem bloqueada, a passageira Roselaine Silva, 40 anos, aguardava o ônibus para Porto Alegre, onde deveria chegar por volta das 8h. Às 7h30min, no entanto, nem sinal de o coletivo passar.
- Vou chegar atrasada no trabalho. Mas acho justo esse protesto. A Transcal está muito ruim. Os ônibus parecem latas de sardinha. Não tem espaço nem para respirar - avalia Roselaine.
Policiais militares estiveram no local, desde o início da mobilização, para tentar negociar a a liberação da passagem dos veículos, que fariam o deslocamento de cerca de 12 mil passageiros, neste período da manhã. Por volta das 9h, o Batalhão de Operações Especiais (BOE) chegou ao local. De acordo com o major Marcelo Couto, os manifestantes seriam "convidados" a se retirarem do local:
- Bloquear a passagem é inconstitucional. Se eles recusarem a se retirar, vamos prendê-los.
Pouco depois da chegada da tropa, a direção da empresa solicitou que o BOE se retirasse do local, sob alegação de que a empresa estava em negociação com o grupo.
Foto: Ronaldo Bernardi / Agência RBS
* Zero Hora
Trasnporte Público
Após cinco horas, grupo libera garagem da Transcal, em Cachoeirinha
Passageiros reclamam de mudanças nos horários e itinerários das linhas, que ocorreram sem que a população fosse consultada ou informada
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