A história envolve intrigas, tecnologia futurista, um laboratório secreto e um triângulo amoroso corporativo que deu fim a um casamento bilionário. Esta é a história do Google Glass. Para entender o que deu errado, é preciso voltar alguns anos em Mountain View, Califórnia, nos escritórios do Google.
Lá, os fundadores da empresa e executivos criaram uma lista de cem ideias futuristas, que incluía aparelhos de GPS para ambientes fechados e um projeto chamado Google Brain. Mas a empolgação ficou reservada aos computadores ligados ao corpo.
Fãs do Google Glass apostam em retomada do projeto
De acordo com funcionários do Google que trabalharam nos primeiros estágios do chamado projeto X (que só falaram sob anonimato), o laboratório logo conseguiu um espaço secreto no Google Campus. Ali, nasceu o primeiro projeto do laboratório: um aparelho de realidade virtual chamado de Google Glass.
Google Glass deixará de ser vendido a consumidores
Uma equipe de cientistas e pesquisadores famosos foi recrutada para trabalhar no Glass, incluindo Astro Teller e Babak Parviz, ambos na vanguarda das tecnologias de vestir, além de Isabelle Olsson, a designer. Em pouco tempo, Sergey Brin, um dos fundadores do Google, passou a colaborar com o X.
De objeto de desejo a motivo de piada Para deixar claro que o Glass ainda estava em fase de desenvolvimento, o Google decidiu não vender os primeiros exemplares, limitando-o aos Glass Explorers, seleto grupo de nerds e jornalistas que pagaram US$ 1,5 mil para serem os primeiros a usar o produto. O tiro saiu pela culatra. A exclusividade se somou ao intenso interesse público.
- A equipe do Google X sabia que o produto estava longe de estar pronto para os holofotes - afirmou um ex-funcionário do Google.
Brin e sua equipe de marketing tinham outros planos. A ideia era que fosse o Glass um experimento discreto que os engenheiros do Google X desejavam desenvolver com calma. Mas foi como se alguém revelasse um segredo.
Quando os críticos de tecnologia finalmente tiveram acesso ao Glass, disseram que aquele era "o pior produto de todos os tempos", destacando que a bateria acabava rápido demais, e que ele "dava pau sem parar". O Glass passou de objeto de desejo a motivo de piada.
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Então, em 2014, estourou o caso de amor entre Brin e Amanda Rosenberg, gestora de marketing do Google Glass. Brin estava trocando a mulher por Amanda, que, por sua vez, deixava o namorado, outro funcionário do Google. Depois, foi divulgado que a mulher de Brin era amiga íntima de Amanda.
A partir de então, o Google Glass desapareceu. Os primeiros funcionários do X deixaram a empresa, incluindo Parviz, que foi contratado pela Amazon. E assim chegou janeiro deste ano, quando o Google anunciou o fim do programa Glass Explorer. Seria o golpe de misericórdia? Talvez não.
Em uma possível nova vida, o projeto do Glass é comandado por Ivy Ross, designer de joias que comanda a divisão de óculos do Google, e Tony Fadell, ex-Apple e criador do Nest. Muitos afirmam que Fadell reprojetaria o produto, mas não lançará nada que não esteja perfeito.
Tecnologia
Google Glass: ascensão e queda de um gadget
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