Parte do núcleo político do governo Tarso Genro foi deslocada para atuar na assessoria da bancada do PT na Assembleia Legislativa a partir de fevereiro, quando começa a próxima legislatura.
A equipe de apoio dos 11 deputados petistas contará com ex-secretários que estiveram no centro dos acontecimentos da gestão anterior, o que os torna conhecedores de temas como finanças estaduais, empréstimos e investimentos. O indicativo é de que o PT decidiu reforçar a artilharia de oposição para defender o governo Tarso, diariamente questionado pela equipe do sucessor José Ivo Sartori no tema das finanças públicas.
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A coordenadora geral da bancada do PT será Mari Perusso. No Piratini, ela começou como adjunta da Casa Civil, assumindo em alguns momentos a titularidade da área. Também foi secretária da Assessoria Superior do Governador. Mari trocou o PPL, partido que presidia, pelo PT.
A coordenação técnica ficará sob responsabilidade de João Motta, que atuou por quatro anos como secretário do Planejamento. Conhecedor das finanças e do orçamento, foi o responsável pelo trabalho que resultou na contratação de uma série de empréstimos de órgãos como o Banco Mundial. A assessoria de segundo escalão também será reforçada. Um dos futuros auxiliares da bancada é Arnaldo Dutra, presidente da Corsan até dezembro passado.
Ampla base governista para ser enfrentada
As coordenações administrativa e de comunicação serão desempenhadas pelo ex-deputado não eleito Marcos Daneluz, de Caxias do Sul, e por Eliane Silveira, quadro da corrente Democracia Socialista que ocupou nos últimos anos a Secretaria-Geral do PT.
- O primeiro objetivo é defender o legado do governo Tarso. A partir disso, vamos fazer cobranças. O principal é fiscalizar o governo Sartori - afirmou o deputado estadual Jeferson Fernandes (PT).
A Assembleia deverá ser palco de um ferrenho debate político sobre a responsabilidade pela atual situação financeira do Estado. A estratégia do Piratini é mostrar que Tarso deixou as finanças em situação de descontrole, com um rombo de R$ 7,1 bilhões previsto para 2015. Reforçada, a bancada do PT terá de rebater, tentando levar o foco da pauta para erros da gestão do peemedebista.
Reconhecidos pela capacidade de fazer oposição, os petistas terão de enfrentar uma ampla base governista. Na próxima legislatura, as bancadas genuinamente de oposição se limitarão a PT, PC do B e PSOL, que somam apenas 14 dos 55 deputados. O PTB não foi convidado para ingressar, mas deverá ter alguns dos seus cinco parlamentares alinhados ao Piratini.
No suporte
Mari Perusso: coordenadora-geral da bancada, foi chefe da Assessoria do Governador
João Motta: coordenador técnico, atuou como secretário do Planejamento
Arnaldo Dutra: auxiliar da bancada, é ex-presidente da Corsan
Marcos Daneluz: coordenador administrativo, é ex-deputado
Eliane Silveira: coordenadora de comunicação, atuou na Secretaria Geral do PT