Desde o último sábado (18), Porto Alegre registra temperaturas que superam os 35ºC. Isso levou muitas pessoas a reclamar do calorão na cidade, que teve as máximas mais altas entre todas as capitais brasileiras nos últimos três dias. Para conferir a temperatura em diversos pontos, a reportagem da Rádio Gaúcha saiu às ruas nesta quinta-feira (23), com um termômetro digital.
O primeiro local escolhido foi uma obra de restauração de um prédio, na esquina da Av, João Pessoa com a Av. Venâncio Aires. No local, operários trabalhavam em baixo de um sol escaldante, utilizando capacetes, roupa compridas e botas. O termômetro digital da Rádio Gaúcha marcou 37ºC, na sombra. No andaime, que fica a oito metros de altura, a temperatura chegou a 40ºC.
“É um horror, a gente sofre demais, eu tenho que ficar indo me lavar e tomar água toda hora”, relata o operário Roni de Oliveira.
Ainda na Av. Venâncio Aires, operários trabalhavam em uma obra de pavimentação onde a situação era ainda pior. O asfalto que recém tinha chegado ao local, estava com 123ºC, enquanto o que foi rolado apresentava temperatura de 90ºC. O funcionários trabalhavam em uma temperatura ambiente de 41ºC.
Situação complicada enfrentaram, também, os usuários de ônibus e trem. No coletivo, sem ar condicionado, o termômetro marcou 38ºC. A aposentada Zeli Lima depende do ônibus para se deslocar e reclama da situação que precisa enfrentar todos os dias: “ É terrível, o mínimo que a gente espera é um ônibus com ar condicionado. Isso é um desrespeito”, lamenta.
Pra quem esperava por um ônibus na Estação Parobé, no centro da cidade, o calor também estava insuportável. Algumas pessoas já esperavam o coletivo por mais de 30 min a uma temperatura que chegou a 39ºC.
No Trensurb, a situação era ainda pior. Dentro do trem, os termômetros marcavam 39.8ºC. Com o vagão lotado, era preciso fazer um esforço para conseguir respirar. “A sensação dos últimos dias é muito desagradável, parece que estamos dentro de um forno”, relata o geólogo Rafael Midugno
Calor deve dar trégua a partir de amanhã
O metereologista da Rádio Gaúcha, Cléo Kuhn, explica que a grande quantidade de ar quente que se acumula sobre o Estado há cinco dias é responsável pelo calor dos últimos dias.
“A cada dia tem um pouco de ar quente sendo jogado para o Estado. No começo dessa situação toda tínhamos uma frente fria na Argentina e ela continua lá parada. O fato de a temperatura não estar oscilando por tantos dias é que causa esse estranhamento das pessoas, pois geralmente temos muitas oscilações”, destaca.
A notícia boa para os gaúchos que não aguentam mais o calorão é o fato de que já na sexta-feira (24) um frente fria avança sobre o Estado causando temporais na fronteira com o Uruguai. Segundo Cléo, até a noite, a chuva deve se espalhar por todo o Rio Grande do Sul. No sábado (25), a expectativa é para temperaturas mais amenas, na média de 24ºC.
Assista ao vídeo
Ouça o relato de Cléo Kuhn