De Novo Hamburgo, da Serra ou do Litoral, se o horário for o de maior movimento, por incrível que pareça, o tempo de viagem poderá ser o mesmo. Não importa que o município do Vale do Sinos fique a 35 Km da Capital, enquanto a Serra e o Litoral a cerca de 150 Km. A BR-116 impõe dificuldades até mesmo para quem usa o transporte coletivo no deslocamento do até Porto Alegre. A reportagem da Rádio Gaúcha fez mais um teste Gaúcha No Pedal, para mostrar os prós e contras dos diferentes modais de transporte metropolitano.
A viagem de ônibus semidireto, que tem tempo de percurso estimado em uma hora, acabou sendo concluída em duas. Um acidente na rodovia congestionou boa parte do trecho, causando reflexos para quem estava a bordo do ônibus. Mesmo problema enfrentado por quem saiu de carro da cidade de Novo Hamburgo. Até Esteio, onde começou a lentidão, o trânsito fluiu bem, mas do Parque de Exposições em Esteio até depois da Praça do Avião, no Centro de Canoas, média de nove minutos para fazer cada quilômetro. Enquanto isso, o mesmo percurso de trem levou 50 minutos, porém não tão confortáveis, pois a maioria dos usuários faz o trajeto em pé e ainda precisa encontrar onde se segurar.
Apesar de mais caro (R$ 8,20) na comparação com o Trensurb (R$1,70), o coletivo oferece conforto: ar-condicionado, banheiro e poltronas reclináveis tornam a demorada viagem mais agradável. O atraso desta terça-feira fez com que alguns passageiros desistissem do ônibus e optassem pelo trem na metade do caminho. "Vou ter que fazer essa baldeação pra não chegar ainda mais atrasada no trabalho", contou a sub-gerente Daiana Webler. O carro também é mais cômodo, particular e confortável, porém mais estressante para o motorista que faz o trajeto no arranca e pára, o que também aumenta o consumo de combustível. Mesmo quem usa e reclama do trem, por ter pouca ventilação, nem sinal de ar-condicionado e estar sempre lotado, ainda prefere o vagão do que a tranqueira da rodovia.
Chegando em Porto Alegre, a baldeação. A integração com a bicicleta funcionou muito bem. Apesar de algumas falhas na manutenção, o sistema de aluguel de bikes se mostrou ágil e prático. O percurso entre o Mercado Público e a Rádio Gaúcha foi feito em 25 minutos e o total com o ônibus levou 2h40min. Já o caminho de ônibus até o prédio da RBS foi feito em 40 minutos, desde o desembarque do trem, o trajeto até a parada de ônibus, na avenida Salgado Filho, e o percurso de coletivo até a esquina da Ipiranga com a Érico Veríssimo, num total de 1h30min. Já de carro, após o trânsito melhorar ao chegar na Freeway, voltou a trancar na avenida Castelo Branco. Na altura da rodoviária de Porto Alegre, foram duas horas desde a saída da estação Santo Afonso, em Novo Hamburgo. A chegada no prédio da Rádio Gaúcha foi no tempo exato de 2h13min, de muita paciência e cansaço do motorista.
Além de comparar os prós e contras de cada modal, nosso teste incluiu também o percurso de trem com uma bicicleta, o que não foi fácil, a começar pelas restrições. Só é permitido levar a bike dentro dos vagões entre 9h30 e 11h, ou à tarde, entre 14h e 16h, e à noite, das 21h e 23h20. No horário de maior movimento, que é justamente quando o trabalhador usa o transporte público, não há condições e nem espaço no vagão para mais um equipamento, que ocupa o lugar de cerca de quatro passageiros. Trazer o próprio merio de transporte, no entanto, pode ajudar no ganho de tempo de deslocamento, sem contar que é mais saudável. Pelo teste do Gaúcha No Pedal, foi necessário 1h14min para fazer o trajeto entre Novo Hamburgo e o destino final, a Rádio Gaúcha, enquanto usando os outros modais foi preciso pelo menos 1h30min.
Dentro da estação, carregar a bicicleta exige um pouco de força nos braços e cuidado com os outros passageiros. Para acessar os vagões, fomos indicados pelos funcionários a usar a escada. Não há nenhuma rampa específica para facilitar a subida. No vagão a bicicleta é bem vista pelos outros usuários, mas à medida que o número de passageiros aumenta os olhares de reprovação a bicicleta começam a aparecer, pois ela também não tem lugar específico para ser transportada.Confira em resumo como foram os trajetos:
Gaúcha
Gaúcha no Pedal: Deslocamento pela BR-116 é duas vezes mais demorado do que de trem no horário de pico
Apesar de chegar mais rápido, usuário enfrenta vagões lotados. O teste de mobilidade foi feito pela reportagem da Gaúcha
Álvaro Andrade
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