A Patrulha Ambiental da Brigada Militar de Cruz Alta (Patram) encontrou nesta quarta-feira uma vala, no interior do município de Augusto Pestana, noroeste do Estado, medindo cerca de 200 metros de comprimento por 10 de largura, que servia como depósito irregular de lixo.
Após uma denúncia anônima, a Patram foi averiguar o local, na última segunda-feira, na comunidade de Sede Velha, que fica a cerca de um quilômetro do centro do município, e não encontrou nada, pois havia apenas uma lavoura.
- Buscamos imagens mais antigas de satélite e constatamos que entre 2011 e 2012 o local serviu de depósito de lixo - relata o sargento Márcio Palma Brito, que comandou as operações.
Nesta quarta-feira, máquinas escavam o local para estimar a quantidade de lixo depositada na vala, que ainda não foi contabilizada.
- Eram depositados resíduos vegetais, industriais, doméstico e até lixo hospitalar - salienta.
Segundo Brito, a suspeita é de que a própria Prefeitura do município fazia o descarte do lixo nesta vala, na administração que teve seu mandato encerrado em 2012.
- O proprietário teria autorizado a colocação de lixo vegetal no local. Mas a Prefeitura indiscriminadamente depositou todo tipo de resíduo.
A Patrulha Ambiental da Brigada Militar vai fazer o registro da ocorrência e encaminhar um relatório a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A Polícia Civil abrirá inquérito para investigar a situação. Também deverá ser encaminhado documento ao Ministério Público, para que tome as medidas cabíveis.
- A gente vai qualificar três pessoas: o proprietário da terra, o ex-prefeito e o ex-secretário de obras - comenta o sargento da Brigada Militar Marcio Palma Brito.
O ex-prefeito de Augusto Pestana Vilmar Zimmermann e o ex-secretário de obras, Nestor Mattes, não foram encontrados para comentar o assunto. O proprietário do local não teve seu nome revelado pela Brigada Militar.
A atual administração de Augusto Pestana será notificada, para que retire os resíduos do local, faça o descarte correto e depois feche a vala.
Contraponto
O ex-prefeito de Augusto Pestana, Vilmar Zimmermann (PP), afirma que não tinha nenhum conhecimento da situação e que a Prefeitura terceirizava o recolhimento de lixo doméstico e hospital. A única obrigação do município, de acordo ele, era recolher galhos, plantas e restos de construção civil.
- Tomei conhecimento hoje que esse proprietário das terras procurou a Secretaria de Obras na época, porque na propriedade tinha uma estrada antiga, e ele queria fechar. Então ele procurou o pessoal da Obras para largarem lá esses galhos que eram recolhidos na cidade, mas jamais lixo hospitalar. Nem disso eu tinha conhecimento como prefeito até agora.