Quase um ano após o crime que abalou o jet-set gaúcho, o ex-empresário Carlos Flores Chaves Barcellos, 55 anos, conhecido como Alemão Caio, falou pela primeira vez à imprensa.
Preso em flagrante por matar José Augusto Bezerra de Medeiros Neto, 50 anos, namorado da ex-mulher, na casa da família, em Torres, em 23 de maio de 2011, Caio afirmou ter sido atacado ao entrar na residência.
Considerado um dos pioneiros do surfe no Estado, Caio concedeu a entrevista ao Teledomingo, da RBS TV, na Penitenciária Modulada de Osório. Cerca de 15 quilos mais magro, ele afirmou que foi até a casa da ex-mulher na manhã do dia do crime na tentativa de levar o filho, que não via havia oito meses, para surfar.
- Quando cheguei fui completamente atacado, nem sei como consegui me defender. Não lembro direito - afirmou.
Embora tenha evitado falar sobre o que aconteceu no momento do crime, o ex-empresário disse lamentar o episódio. Ao mesmo tempo, reforçou a intenção de reencontrar o filho, que tinha entre nove e 10 anos, com quem pretendia passar o dia.
Caio saiu da prisão em agosto do ano passado para passar por exames no Instituto Psiquiátrico Forense (IPF). O laudo, de 23 páginas, também foi apresentado no programa. De acordo com a reportagem, o documento aponta Caio como uma pessoa obsessiva, egocêntrica e com ausência de remorso.
Para a acusação, o laudo é claro e diz que Alemão tem indícios de psicopatia. A defesa, no entanto, questiona na Justiça o documento e, por isso, o processo está parado.
Na penitenciária, o acusado, membro de uma família antiga e tradicional do Estado, divide cela com outros presos:
- Aqui leio, escrevo e rezo para chorar menos. Sinto por toda essa tragédia, mais ainda pelo menino (filho) - completou.