Sociólogo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Ivaldo Gehlen dedica-se a estudar temas como os movimentos sociais ligados ao campo, a luta por reforma agrária e a situação dos assentamentos. Confira trechos da entrevista concedida a ZH:
Zero Hora - Por que a reforma agrária empacou no RS?
Ivaldo Gehlen - Em parte, pela diminuição da pressão. Há uma espécie de esgotamento ou cansaço desse processo. Há menos demanda de terra, menos gente envolvida. A gurizada foi crescendo, buscando outras profissões. A agricultura familiar foi reorganizada e vem ganhando estímulo graças a recursos como os do Pronaf. Também se esgotaram as possibilidades de adquirir terras, pelo menos por desapropriação, inclusive pela organização dos proprietários.
ZH - A pressão política entre sem-terra e ruralistas foi equilibrada?
Gehlen - A luta que era levada à frente pela reforma agrária passou a ser reproduzida pelos proprietários, com força inclusive no Judiciário. A maior parte das decisões tende a ser favorável aos proprietários.
ZH - A reforma agrária não voltará aos ritmos anteriores?
Gehlen - Não deverá voltar, pelo menos da forma como se fez até agora. A reforma fica pouco justificada quando não garante melhor escolarização, boas condições de vida. A própria reforma agrária se tornou reprodutora de sem-terra.
>>> Leia a entrevista completa na edição deste domingo de Zero Hora.
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"A reforma agrária se tornou reprodutora de sem-terra", diz sociólogo
Ivaldo Gehlen dedica-se a estudar temas como os movimentos sociais ligados ao campo
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