Em 2023, o governo federal anunciou a ampliação da meta de redução das emissões de gases de efeito estufa no país, ampliando de 37% para 48% até 2025 e de 50% para 53% até 2030. Com isso, muitas empresas e Estados aceleraram seus projetos envolvendo o uso de energias limpas e renováveis, que é um dos pilares da abordagem ESG para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), um compromisso cada vez mais presente no mundo corporativo.
É neste contexto de adequação às metas de sustentabilidade que um produto inovador chega ao mercado para trazer uma solução imediata em descarbonização. O Be8 BeVant, novo biocombustível desenvolvido pela empresa gaúcha Be8, é um metil éster bidestilado, que pode substituir totalmente o óleo diesel. Essa característica faz com que o produto antecipe os benefícios do diesel verde HVO (sigla em inglês para Hydrotreated Vegetable Oil) em condições comerciais mais competitivas.
Desenvolvido pela área de Projetos e Engenharia na sede em Passo Fundo, esta inovação é fruto da experiência da empresa na Europa – onde opera uma fábrica de biodiesel localizada na Suíça – e também nos Estados Unidos, além dos conhecimentos desenvolvidos na fase de estudos do projeto de biocombustíveis avançados. A Be8 é focada em energias renováveis, implementando novas matrizes energéticas por meio de um ecossistema circular de inovação. A companhia é integrante da holding ECB Group e foi fundada em 2005.
Após receber as licenças dos órgãos responsáveis, a empresa vai começar a operar com capacidade de 28 milhões de litros por ano do Be8 BeVant, nesta primeira fase do produto no mercado. O presidente da empresa, Erasmo Carlos Battistella, explica que o Be8 BeVant garante solução imediata para os clientes, já que não necessita de investimento em infraestrutura de abastecimento nem de troca de motores para ser utilizado. Diferentemente de outras alternativas tecnológicas, como o hidrogênio, o biometano e até os veículos elétricos. Isso traz a garantia de um alto impacto para a despoluição dos grandes centros urbanos a curto prazo.
– Ele pode substituir em até 100% o uso de diesel fóssil. Por representar uma redução na emissão de gases de efeito estufa, os ganhos são imediatos quando se troca um produto fóssil por um produto renovável– orienta Battistella.
A Be8 já teve deferida a patente de tecnologia e produção pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Encontra-se na fase final dos testes em motores em banco de provas. Por conter um teor de éster maior, o biocombustível reduz em até 50% as emissões de monóxido de carbono, 85% as emissões de partículas e 90% as de fumaça preta. O produto tem potencial de abastecer equipamentos geradores de energia, assim como atender às demandas logísticas para produção de minérios, transporte coletivo e de cargas rodoviárias, hidroviárias, marítimas e ferroviárias, trazendo um impacto significativo nesses setores.
– Nossa estimativa é de que a oferta inicial do Be8 BeVant deve ser ocupada totalmente pelos primeiros clientes até o final do ano com capacidade de escalar a produção no curto prazo em Passo Fundo e de ampliar para nossa outra unidade em Marialva, no Paraná – avalia o presidente.