Uma liminar protocolada pelo Farroupilha, de Pelotas, fez a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) ter de paralisar a disputa da Terceirona Gaúcha. Sendo assim, os jogos da fase semifinal da competição, que estavam previstos para final de semana passado, não foram realizados.
Gramadense e Real Tramandaí, classificados no Grupo A, e Riograndense e São Paulo, do Grupo B, aguardam o desfecho do imbróglio convivendo com a incerteza sobre o futuro próximo e acumulando preocupações se as contas serão fechadas no final do mês.
Conforme a liminar, a competição só poderá ser retomada quando o impasse jurídico for solucionado. O calendário da FGF previa jogos até 24 de novembro. Entretanto, a Terceirona deve invadir o mês de dezembro.
O que aconteceu?
O caso começa quando o Farroupilha foi denunciado pela escalação irregular de jogadores nas duas primeiras partidas da Terceirona e punido com a perda de quatro pontos por partida. Portanto, dos 11 pontos acumulados pelo clube pelotense na fase de grupos, apenas três estão computados.
Na avaliação do TJD-RS, que julgou o caso em duas instâncias, o Farroupilha escalou cinco jogadores com passagem por equipes de Primeira Divisão Estadual neste ano, só que o regulamento permite apenas três.
"ARTIGO 23º - Os clubes poderão incluir na Pré-Escala no Sistema GestaoWeb-CBF de cada jogo no máximo 03 (três) atletas que tenham disputado jogos pelo CAMPEONATO GAÚCHO DA PRIMEIRA DIVISÃO (DIVISÃO ESPECIAL – SÉRIE A/1) da FGF e/ou pelos campeonatos da primeira divisão (ESPECIAL/PRINCIPAL/ SÉRIE A1/INCLUINDO SUAS RESPECTIVAS FASES PRELIMINARES QUE CONSTEM DOS RESPECTIVOS REGULAMENTOS) das demais federações brasileiras na edição de 2024, sendo que o clube que infringir o disposto neste artigo estará sujeito às penas previstas neste REC e no artigo 214, do CBJD"
O Farrapo se defende dizendo que os dois jogadores além da conta teriam atuado na Série A por empréstimo, o que não seria contabilizado. Seria uma questão de "interpretação do regulamento". Por isso, o clube vai agora buscar pontos no Pleno do STJD, a última instância.
— Não foi unanimidade no TJD. Houve várias divergências, até do presidente do Tribunal. Nós queremos a legalidade. Que as equipes se classifiquem dentro do campo, onde mostramos nossa competência. E aí tivemos esse problema de interpretação do regulamento — comentou Fabio Costa, vice-presidente do Farroupilha.
Porém, estes atletas utilizados pelo Farroupilha que estavam emprestados, foram cedidos por um segundo clube para um terceiro. Não houve envolvimento do clube pelotense no empréstimo, não se encaixando no parágrafo segundo do artigo 23º do regulamento, conforme o TJD-RS.
PARÁGRAFO SEGUNDO - Os atletas emprestados que atuaram nos campeonatos citados no caput do presente Artigo também não serão considerados para efeito do número de atletas lá estabelecidos, desde que tenham seu contrato publicado no BID da CBF até o último dia útil que anteceder à 1ª rodada.
O Pleno do STJD costuma se reunir às quintas-feiras. Contudo, o julgamento do Farroupilha ainda não foi marcado, mantendo a indefinição sobre o futuro da Terceirona.