O Brasil fez bonito neste sábado (31) no Stade de France em Paris. A equipe brasileira faturou mais quatro medalhas nas disputas do atletismo dos Jogos Paralímpicos, com um ouro, uma prata e três bronzes.
Fernanda Yara conquistou o ouro e Maria Clara Augusto ficou com o bronze nos 400m rasos da classe T47. A campeã correu em 56seg74, enquanto a terceira colocação foi atingida com a marca de 57seg20. A venezuelana Lisbeli Andrade fez 56seg78 e levou a prata.
A classe T47 é disputada por atletas com limitações num dos membros superiores, com perda de funcionalidade ao nível do ombro, cotovelo e pulso. Atletas com amputação abaixo ou ao nível da articulação do pulso também fazem parte desta categoria.
Thalita Simplício é prata pela quarta vez
Na final dos 400m rasos T11, Thalita Simplício fez seu melhor tempo (57seg21) da temporada e ficou com a medalha de prata.
Atual bicampeã mundial e campeã parapan-americana, a atleta que nasceu com glaucoma e aos 12 anos tornou-se totalmente cega, agora soma quatro pratas em Jogos Paralímpicos. Ela esteve no pódio com o revezamento 4x100m no Rio-2016 e nos 400m e 200m nos Jogos de Tóquio-2020.
O ouro foi conquista por Lahja Ishitile, da Namíbia, que correu em 56seg. O bronze ficou com a chinesa Shanshan He, que completou a prova em 58seg25.
A classe T11 é disputada por atletas com deficiência visual quase total. Alguns deles têm a capacidade de identificar um objeto a 25cm. Todos competem com óculos escuros e com um guia.
Paraibano conquista seu primeiro pódio
Já na final dos 100m rasos da classe T12, Joeferson Marinho conquistou a medalha de bronze. Ele marcou 10seg84 e foi superado pelo turco Selkam Yildirim, ouro com 10seg70, e pelo americano Noah Malone, prata com o tempo de 10seg71.
Natural de João Pessoa, na Paraíba, Joeferson nasceu com albinismo. Aos 3 anos, foi diagnosticado com baixa visão e iniciou no atletismo aos 9 anos, como brincadeira. Esta foi a primeira medalha paralímpica de sua carreira.
Os atletas do T12 tem deficiência visual e sua capacidade de visão é restrita a um raio de menos de 5 graus e/ou a capacidade de reconhecer um objeto em movimento a uma distância de 1 metro.
Da natação para o atletismo e o pódio em Paris
A quinta medalha brasileira deste sábado veio com Cícero Nobre, que conquistou o bronze no lançamento do dardo classe F57. Com a marca de 49m46cm, ele garantiu seu lugar no pódio, que teve o uzbeque Yorkinbek Odilov, ouro com 50m32cm, o que representou um novo recorde asiático, e o turco Muhammet Khalvandi, prata com 49m97cm.
O atleta paraibano da cidade de Aguiar tem 32 anos e tem uma má-formação congênita bilateral nos pés. Em 2011, foi abordado na rua por uma pessoa com deficiência, que o convidou para conhecer o paradesporto e iniciou na natação, mudando para o atletismo em 2013.