O Ministério Público de Goiás (MP-GO) deflagrou nesta terça-feira (18) a segunda parte da Operação Penalidade Máxima, que investiga manipulação de resultados no futebol brasileiro. Estão sendo cumpridos três mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em 16 municípios de seis Estados. Entre eles o Rio Grande do Sul, com três diligências: Pelotas, Erechim e Santa Maria. Nas duas últimas cidades, jogadores estavam envolvidos.
Os nomes não foram divulgados e novos detalhes serão revelados nesta tarde, em coletiva de imprensa do MP-GO. Conforme a investigação, o grupo cooptava atletas a manipular resultados nas partidas por meio de ações indiretas, como fazer pênalti e levar cartões. Os valores variavam entre R$ 50 mil a R$ 100 mil, e pagamento era feito com parte dos prêmios de apostas feitas.
Conforme a investigação em âmbito nacional, iniciada em fevereiro, há suspeitas de que um grupo criminoso tenha concretamente atuado em pelo menos cinco jogos da Série A do Brasileirão de 2022, bem como em cinco partidas de Estaduais de 2023, entre eles, os campeonatos gaúcho, goiano, mato-grossense e paulista. Além das cidades gaúchas, o Gaeco também agiu em São Paulo, Santos, Rio de Janeiro, Recife, Chapecó, Tubarão, Bragança Paulista, Guarulhos, Santo André, Santana do Parnaíba (SP), Taubaté (SP), Presidente Venceslau (SP) e Goianira (GO).
A reportagem de GZH questionou a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) sobre a investigação e a entidade emitiu uma nota sobre a situação, reforçando a existência de uma parceria com uma empresa de monitoramento de apostas esportivas.
"A Federação Gaúcha de Futebol - FGF informa que tomou conhecimento sobre os desdobramentos da operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, pelas notícias veiculadas na imprensa. A FGF possui parceria com a empresa de dados Sportsradar, que visa a integridade das ações esportivas, com monitoramento global de movimentações em mercados de apostas. Qualquer denúncia nesse sentido recebida pela FGF é repassada aos órgãos competentes para investigação: Polícia Civil, Ministério Público e TJD. Na semana passada, a diretoria da FGF esteve reunida com membros da Delegacia Regional de Polícia Judiciária da Polícia Federal com o intuito de estabelecer, também com essa autoridade, uma adequada troca de informações visando a integridade das suas competições", diz o esclarecimento.
Relembre o caso
O Ministério Público de Goiás deflagrou no começo de fevereiro uma Operação Penalidade Máxima para investigar um grupo especializado em fraudar resultados de jogos. Segundo a investigação, algumas partidas da Série B do Brasileirão do ano passado estariam envolvidas no esquema. Além disso, o fato teria a participação de jogadores de futebol profissionais.
Conforme o MP-GO, o esquema teria impactado em pelo menos três confrontos da Segunda Divisão da temporada passada e teria envolvido um montante de mais de R$ 600 mil.