O dia 8 de março é mundialmente dedicado à mulher, e nada mais justo do que exaltar as atletas gaúchas que fizeram e fazem parte da história do esporte no Rio Grande do Sul, no Brasil e no mundo.
GZH fez um levantamento das mulheres que mudaram o rumo de alguns esportes em solo gaúcho. Algumas, inclusive, estarão presentes nos Jogos Olímpicos de Tóquio deste ano. Confira:
1) Mayra Aguiar
É a melhor atleta do Rio Grande do Sul de todos os tempos. A porto-alegrense de 29 anos é um dos principais nomes do judô, dona de dois títulos mundiais (2014 e 2017), bimedalhista olímpica (bronzes em Londres 2012 e Rio 2016) e campeã dos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019.
No Brasil, é a única mulher bicampeã mundial no judô — a carioca Rafaela Silva é campeã olímpica, mas foi campeã mundial só uma vez, em 2013.
— Ela representa ousadia, coragem, persistência e um talento bem potencializado. Ela chegou para mim com 11 anos, criou-se com o João Derly, com o Tiago Camilo, e deu certo. Ela é uma imagem vencedora, de ousadia e de coragem. Pra mim, ela já é uma das melhores atletas do Rio Grande do Sul — afirma Antônio Carlos Pereira, o Kiko, treinador de Mayra.
Não há nenhuma outra mulher que represente a ginástica artística gaúcha e até mesmo brasileira melhor do que Daiane dos Santos. A porto-alegrense foi a primeira atleta do país, entre mulheres e homens, a conquistar um título mundial — o ouro no solo em 2003, no Mundial de Anaheim, nos Estados Unidos.
A ex-ginasta, que começou "velha" para os padrões da modalidade, serve de inspiração para milhares de crianças, mesmo depois de sete anos longe dos ginásios.
Não tem como falar sobre futebol feminino gaúcho sem citar Duda Luizelli. Revelada pelo Inter em 1984, aos 13 anos, foi ídolo na década de 1990 e chegou a disputar jogos em um Beira-Rio lotado. Na época, as equipes formadas por mulheres jogavam preliminares do Campeonato Brasileiro masculino.
Duda foi a primeira gaúcha a jogar futebol no Exterior ao atuar na Itália. A atleta passou pelos clubes Milan e Verona entre 1993 e 1995. Duda também serviu à Seleção Brasileira. Quando voltou da Europa, montou uma escolinha em Porto Alegre, foi coordenadora do departamento de futebol feminino do Inter e, hoje, é a nova coordenadora das Seleções Brasileiras femininas da CBF.
— A resiliência foi muito grande. Nunca desisti do futebol feminino. Naquela época, fazer futebol feminino, era algo realmente para guerreiras. E que bom que nunca desistimos. Hoje, as meninas estão tendo oportunidade de fazer o futebol feminino com mais estrutura, com um pouco mais de verba. Só tenho a agradecer meus pais, que me incentivaram a ser fazer o que eu amo e gosto — disse Duda.
A ponteira de 34 anos é o principal nome gaúcho no vôlei feminino. A carreira de Fernanda Garay teve início aos 11 anos, quando iniciou treinamentos na Sogipa. Em uma ascensão rápida, brilhou em equipes brasileiras, jogou no Japão, na Turquia e logo chegou à seleção, sendo um dos destaques do ouro olímpico em Londres 2012.
Conquistou seis títulos de Grand Prix e foi campeã dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011 com a seleção brasileira. Atualmente, a jogadora defende o Praia Clube, de Uberlândia.
Muitas pessoas podem nunca ter ouvido falar da velejadora de personalidade discreta, mas Fernanda Oliveira é o principal nome da vela gaúcha e brasileira. Medalhista de bronze em Pequim 2008, a porto-alegrense de 39 anos disputará sua sexta — e possivelmente a última — Olimpíada da carreira em Tóquio.
Atleta do Clube dos Jangadeiros, ela e sua parceira de barco, Ana Barbachan, estão entre as 10 melhores duplas do mundo na classe 470.