O que parece uma heresia para os torcedores, que crescem e envelhecem vestindo a camisa do mesmo clube, entre profissionais do futebol é tratado de maneira diferente. Se há jogadores que trocaram de lado na rivalidade Gre-Nal, o mesmo ocorreu com alguns treinadores ao longo da história. Isso não quer dizer, no entanto, que eles tenham marcado seus nomes em Grêmio e Inter.
GaúchaZH relembra quatro técnicos que conquistaram títulos e identificação com a torcida colorada, mas passaram em branco pelo Tricolor.
Daltro Menezes
Inter: 1968-1971 e 1985 (bicampeão gaúcho)
Grêmio: 1972
Pelas mãos de Daltro Menezes, o Colorado interrompeu uma série de títulos gaúchos do rival e começou a sua própria hegemonia. Primeiro treinador do Beira-Rio, foi bicampeão estadual (1969 e 1970), tendo iniciado a geração que chegaria às conquistas nacionais em seguida.
Ao deixar o Colorado, acabou anunciado pelo Tricolor. Comandou a equipe por cerca de 60 jogos em 1972, mas não conseguiu levantar troféus no Estádio Olímpico.
Dino Sani
Inter: 1971-73, 1983-84 (tetracampeão gaúcho)
Grêmio: 1991
No Beira-Rio, o paulista Dino Sani foi responsável por revelar jogadores como Paulo César Carpegiani e Paulo Roberto Falcão, formando a base do time que seria tricampeão brasileiro. Além disso, conquistou três Gauchões (1971, 1972 e 1973). Ainda retornaria ao clube em 1983, vencendo o Estadual outra vez.
O sucesso do lado colorado fez com que o Grêmio apostasse nele em 1991. Entretanto, durou apenas três meses no cargo.
Ernesto Guedes
Inter: 1982-83 e 1990 (campeão gaúcho)
Grêmio: 1992
Conhecido pelos bons trabalhos no interior do Estado, Ernesto Guedes chegou ao Inter em 1982, levando o time ao título gaúcho. Retornaria ao vestiário colorado em 1990, mas desta vez não obteve o mesmo êxito.
Em 1992, abriu a temporada como técnico do Grêmio. Permaneceu no cargo até agosto, sem deixar taças no armário.
Antônio Lopes
Inter: 1992-93 e 1994 (campeão gaúcho e da Copa do Brasil)
Grêmio: 2000
Sob o comando do delegado Antônio Lopes, o Inter conquistou sua única Copa do Brasil, em 1992. Também se sagrou campeão gaúcho naquela temporada e, por isso, voltou ao clube dois anos depois.
Ao ganhar destaque nacional, levando o Vasco aos títulos do Brasileirão e da Libertadores, foi a grande aposta do Grêmio para a temporada de 2000, quando a direção ganhou o aporte financeiro da ISL e começou a contratar jogadores de renome, como Amato, Astrada e Zinho. Acabou ficando marcado pela perda do Gauchão para o Caxias, de Tite.