Em entrevista concedida ao canal Pilhados, do YouTube, o ex-centroavante Jardel falou abertamente sobre sua relação com as drogas. Segundo ele, o início do consumo de cocaína começou após sua saída do Grêmio, em 1996, quando foi jogar na Europa.
— Me ofereceram e eu fui por curiosidade — revelou ele, que contou mais detalhes sobre o início — Foi em umas férias aqui (no Brasil), aí eu usei. Voltei e depois usei. Mas foi nas férias, não em jogo, porque tinha doping — admitiu.
Em meio à conversa, o ex-jogador disse que não tem mais usado a droga, o que não lhe impede de lutar contra a vontade diariamente.
— É um dia após o outro. Não venha dizer que o cãozinho não vai bater na sua porta porque ele bate. Mas se você der brecha, vai ter um churrasco, leva a esposa. E ela tem me ajudado bastante. É lógico que você tem de ser forte. Nem sempre vai estar com uma pessoa que vai te ajudar, mas aí o momento chega: "Eu não quero". Às vezes, dá vontade, por isso que você tem de buscar a igreja, rezando e pedindo a Deus para que possa ter essa parte espiritual — declarou ele, colocando o álcool como o principal motivo para que volte a pensar em usar cocaína — A bebida puxa muito, atrapalha. Mas estando com uma pessoa que não bebe, com a mulher do lado, você vê a bebida e pensa: "Tenho de respeitar minha esposa" — comentou.
Segundo Jardel, em 2015, ele enfrentou uma crise de depressão. Nesta época, Jardel morava em Porto Alegre e, tendo sido eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul, vivia o processo de cassação de seu mandato por decoro parlamentar, que viria a se concretizar no ano seguinte.
— Entrei em depressão, fiquei louco dentro de casa e não queria sair para lugar nenhum. Depressão não tem cura. Eu saía na rua alegre, mas voltava triste para a casa. Não era assim que eu queria viver — disse.
Atualmente morando em Fortaleza, sua cidade natal, o ex-atacante disse que tem feito trabalhos com uma fonoaudióloga, para que possa dar palestras e falar sobre sua vida.
— Não quero isso (vício) para meus fãs, para as crianças que estão me vendo. Quero fazer um trabalho social aqui em Fortaleza, com a Secretaria de Esporte, dar palestras, dar meu testemunho e resgatar vidas em cima disso — contou ele.
Confira a entrevista: