Talvez por ter sido disputado do outro lado do mundo, em Jidá, na Arábia Saudita, foi diferente dos clássicos históricos entre Brasil e Argentina. Mas alguns lances ríspidos trataram de apresentar a rivalidade sul-americana aos árabes. A maior emoção mesmo ficou para os minutos finais da partida, quando o zagueiro Miranda anotou, de cabeça, o gol que deu a vitória de 1 a 0, já nos acréscimos, e o título do Superclássico das Américas.
O Brasil iniciou controlando a bola, tendo em Neymar o principal articulador da equipe e, ao mesmo tempo, alvo fácil de faltas. A primeira finalização, no entanto, veio de pés castelhanos, quando aos sete minutos Casemiro errou domínio na entrada da área, e Lo Celso chutou para fora. Era um indício da marcação alta dos argentinos, que trouxe dificuldades à construção brasileira e, aos 22, quase complicou Alisson. O goleiro foi pressionado por Correa e quase perdeu a bola dentro da pequena área.
Do outro lado do campo, Romero só passou perigo através de bolas paradas. Aos 27, Miranda foi lançado e apareceu livre para fuzilar para o fundo das redes. A bola só não entrou porque Otamendi salvou em cima da linha. A resposta argentina veio dois minutos depois, quando Dybala cobrou falta que passou muito perto do ângulo esquerdo de Alisson. No minuto final do primeiro tempo, Neymar teve a mesma arma: falta da entrada da área. Porém, carimbou a barreira.
O segundo tempo começou com a Argentina criando as melhores chances. Primeiro, em contra-ataque que terminou em cabeceio de Lo Celso no meio do gol. Minutos depois, Icardi venceu disputa com a defesa brasileira e chutou no canto, obrigando Alisson a espalmar para fora. Neste lance, inclusive, o lateral-direito Danilo se lesionou e teve de ser substituído. Aos 14, o volante Paredes arriscou de longe, a bola fez uma curva e tirou tinta do travessão brasileiro.
A reação brasileira veio aos 23, em disparada de Neymar pela esquerda e cruzamento na medida — não aproveitado por Richarlison. O árbitro, no entanto, marcou falta no camisa 10 brasileiro. Na cobrança, em jogada ensaiada, Arthur pegou de primeira da entrada da área, parando em bela defesa de Romero.
Aos 38, Casemiro bateu falta e, contando com o desvio na barreira, por pouco não abriu o placar. Depois, outro desvio — agora de Otamendi — quase fez chute firme de Richarlison enganar Romero. Era um sinal de que o gol estava amadurecendo. Aos 47, Neymar cobrou escanteio e Miranda, de cabeça, estufou a rede da Argentina: 1 a 0 no último lance do jogo.
Agora, Tite volta a convocar jogadores para enfrentar o Uruguai, no dia 16 de novembro, em Londres. Ainda será definido um segundo adversário para que a Seleção enfrente nesta mesma data Fifa.
SUPERCLÁSSICO DAS AMÉRICAS — 16/10/2018
BRASIL (1)
Alisson; Danilo (Fabinho, 7’/2ºT), Marquinhos, Miranda e Filipe Luís; Arthur, Casemiro e Philippe Coutinho; Gabriel Jesus (Richarlison, 19’/2ºT), Roberto Firmino e Neymar
Técnico: Tite
ARGENTINA (0)
Romero; Saravia, Otamendi, Pezzella e Tagliafico (Acuña, 35’/2ºT); Paredes, Battaglia e Lo Celso (Salvio, 27’/2ºT); Dybala (Lautaro Martinez 12’/2ºT), Icardi (Giovanni Simeone, 42/2ºT) e Ángel Correa (Roberto Pereira, 24’/2ºT)
Técnico: Lionel Scaloni (interino)
Gol: Miranda (47’/2ºT)
Cartões amarelos: Neymar, Miranda, Paredes (A), Correa (A), Lo Celso (A), Saravia (A), Battaglia (A)
Arbitragem: Felix Brych (ALE), Mark Borsch (ALE) e Stefan Lupp (ALE).
Local: Estádio King Abdullah, em Jidá, na Arábia Saudita