O treinador Argel Fucks, que teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) cassada ao ser abordado em uma blitz da Operação Balada Segura, na zona norte de Porto Alegre, nega que tenha agredido agentes do Detran ou tentado fugir da barreira. Segundo oficiais do órgão de trânsito, Argel teria se recusado a parar e, depois, teria dado um tapa na mão de um agente que fazia um vídeo da ação.
De acordo com o treinador, toda a situação transcorreu de forma tranquila. Ele garante que tratou os agentes e policiais com respeito e também foi bem tratado. GaúchaZH tenta contato com a assessoria do Detran, mas ainda não obteve retorno às ligações.
Em 10 minutos de entrevista por telefone, na manhã deste sábado (7), o técnico mostrou-se tranquilo e ainda brincou que irá pedir para alguém levá-lo no aeroporto no domingo, ao voltar para Criciúma, para "não ser pego de novo".
O que aconteceu durante a blitz?
O que aconteceu é que eu estou com a minha carteira de habilitação vencida. Só isso já dá a apreensão do carro e foi o que aconteceu. E eu me recusei a fazer o bafômetro. Fui levado até o Palácio (da Polícia) e meu carro está apreendido. Foi o que aconteceu.
Os agentes do Detran falaram que houve uma situação de agressão.
Se eu tivesse agredido na frente da polícia, eu estava preso. Tu não acha isso?
Estavam filmando o senhor?
Ninguém estava me filmando. Não houve tapa. Não houve nada disso. Tanto que eu nem falei com os agentes, eu falei com a polícia. Quem me conduziu foi a polícia, não os agentes. A Polícia Civil que disse: "olha, Argel, tu tá com a carteira vencida, e isso daí dá a apreensão do veículo, vai ter que nos acompanhar até o Palácio". Eu falei claro, sem problema nenhum. Liguei para o meu advogado, que disse: "olha, Argel, não faz o bafômetro, só faz o exame médico feito ao chegar no Palácio". Mas tranquilo, ninguém me algemou, nada disso.
Por qual motivo o senhor não fez o bafômetro?
O advogado me orientou a não fazer.
Tem algum motivo específico para o senhor estar dirigindo sem a CNH? Alguma emergência?
Não, não, não. Foi um erro meu. Um lapso meu. Reconheço o erro. A lei é para todos. Se eu estou, com a carteira vencida, no caso suspensa, não poderia estar dirigindo. Acabei dirigindo, estava com a minha esposa, né. E o mais importante de tudo isso é que eu acabei fazendo o exame e não constatou nada, nenhum teor alcoólico no meu corpo. A própria matéria diz isso. O que vale é o IML, o que a polícia colocou.
Quanto à abordagem, foi tudo tranquilo?
Não, não, foi tudo tranquilo. Até o capitão que me abordou já era meu conhecido. Só que ele disse: "Argel, não tem o que fazer, tu tá com a CNH vencida, os documentos estão tudo certinhos, mas isso daí dá a apreensão do carro". O depósito está fechado final de semana e segunda-feira vou lá pegar. Fui muito bem tratado pela polícia.
A primeira pessoa com quem conversamos na madrugada disse que você até derrubou cones. Isso aconteceu?
Não, não, não procede. Não procede que eu tentei furar a barreira, a blitz, e não procede que dei tapa em agente. Se eu estivesse dado tapa ele poderia ter dado boletim. Se eu tivesse furado a barreira, eles poderiam ter me prendido. Eram sete policiais lá.
Fica alguma lição, Argel?
Não, não, tranquilo. Isso acontece com todo mundo. Acho que o mais importante é que eu não tinha bebido álcool. Claro que seria um erro duplo. Eu cometeria um erro se eu tivesse tomado alguma coisa, alguma taça de vinho. Eu ainda estava indo para o jantar. Foi bem nas proximidades da minha casa. Eu não deveria ter dirigido com minha carteira suspensa, está por acumulação de pontos, até porque eu pego ela terça-feira, já fiz a reciclagem.