O presidente do Conselho Deliberativo do Vasco, Luis Manuel Fernandes, em entrevista coletiva nesta segunda-feira, marcou para o dia 19 de janeiro a reunião dos conselheiros que vai definir o presidente do clube para o triênio 2018-2021, que será realizada na sede do Cruz-Maltino na Lagoa, na zona sul do Rio de Janeiro. A primeira convocação será às 20h, e a segunda às 20h30. Além do novo mandatário e diretoria administrativa, também vão ser eleitos os presidentes dos conselhos Deliberativo e Fiscal.
Com a decisão da Justiça de anular a urna 7, a chapa vencedora da eleição entre os sócios ano passado é "Sempre Vasco Livre", de Julio Brant. Se nada mudar nos tribunais, ela vai poder indicar 120 conselheiros, enquanto a 'Reconstruindo o Vasco', de Eurico Miranda, que ainda tenta reverter a anulação no STJ, vai indicar 30 nomes. Esses 150 novos conselheiros se juntam a mais 150 natos e elegem os poderes do clube.
Porém, o processo eleitoral do Vasco está com uma lacuna. Isso porque o mandato de Eurico Miranda e dos outros poderes do clube terminam nesta terça-feira, e fica a dúvida como fica a situação até a posse da diretoria que será eleita, na próxima semana. O presidente do Conselho Deliberativo não soube responder essas questão.
— Há uma lacuna no estatuto, ele separa a semana da realização do Conselho que vai eleger a diretoria administrativa e a posse da diretoria só poderia ser na segunda semana. Eu prefiro não opinar. É uma questão jurídica — disse Luis Manuel Fernandes, explicando a demora em convocar a reunião.
— Na quarta-feira, 10 de janeiro, eu recebi um pedido de informação do David Nascimento, do L!, perguntando se já estava marcada a eleição, que segundo o estatuto tem que ser marcada para a segunda quinzena de janeiro. Eu respondi com base na minha compreensão do estatuto. O artigo 55 diz que apurados os resultados das eleições, serão profanados os eleitos, que tomarão posse na segunda quinzena de janeiro, em seção de caráter solene, presidida pelo presidente da Assembleia Geral. Na minha compreensão, delegava ao presidente da Assembleia Geral a convocação de uma reunião do Conselho Deliberativo. Ele (David Nascimento, do L!) me respondeu que já tinha falado com o presidente da Assembleia Geral, que indicou um outro artigo do estatuto, o artigo 76, que diz que o Conselho Deliberativo será convocado pelo seu presidente na segunda quinzena de janeiro e de três em três anos, na primeira semana da segunda quinzena do mês de janeiro para eleger, entre os seus membros, a mesa do seu conselho. Evidentemente há um certo conflito, porque, como posso convocar um conselho que eu não preciso? Essa era a minha interpretação do estatuto. Eu fui no Vasco para resolver isso, e ainda havia divergências de interpretação do estatuto. O que importa é que essa reunião seja convocada dentro desse período. Eu revi o estatuto e decidi convocar a reunião, respeitando o prazo — completou.
Denúncia de ataques e crítica a Julio Brant
O presidente do Conselho Deliberativo do Vasco disse que recebeu muitos xingamentos e ameaças enquanto não marcava a data da reunião dos conselheiros. Inclusive, ele chegou atrasado na coletiva desta segunda porque estava na delegacia prestando queixa contra os ataques. Luis Manuel Fernandes considera Julio Brant como "politicamente responsável por esses ataques".
— Meus meios de comunicação passaram a ser inundados por xingamentos e ameaças. Coisa que eu nunca passei na minha vida. De onde surgiram essas mensagens? Até 13h45 de sexta-feira eu nunca tinha recebido mensagens desse tipo. Soube depois que o candidato Julio Brant havia dado uma coletiva entre 12h30. Na entrevista, ele afirma que o dirigente responsável não sabe que é responsável. Depois diz que o dirigente quer criar o caos, prolongar a convocação da reunião do conselho para criar um distúrbio. Tentativa de criar o caos. Em uma hora, ele vira a câmera e pede para se mobilizarem. Foram criados diversos grupos, me incluindo à revelia e me expondo a ataques e ameaças. Eu saía, e me botavam de volta. Uma lógica de intimidação. Eu considero o senhor Julio Brant politicamente responsável por esses ataques que estou sofrendo — disse Luis Manuel Fernandes, destacando também que Brant cometeu uma violência ao estatuto do Vasco ao dizer que já era presidente.
— Ele não foi eleito. E é disso que essa coletiva aqui se trata. Da convocação da eleição. O fato é que aquele ato foi uma afronta ao Conselho Deliberativo do clube. Uma afronta aos poderes constituídos do clube. E teve como consequência essa enxurrada de ameaças e agressões — completou.