O deputado federal João Derly (Rede-RS), bicampeão mundial no judô, defende a saída imediata de Carlos Arthur Nuzman da presidência do Comitê Olímpico do Brasil, entidade que comanda desde 1995.
O dirigente foi preso pela Polícia Federal nesta quinta-feira (5) pela Polícia Federal em um desdobramento da Operação Fair Play (jogo limpo), que investiga um esquema de compra de votos no processo de escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016.
No início de setembro, depois de Nuzman ter sido convocado a depor na PF pela suspeita de participação na fraude, o ex-judoca apresentou um requerimento, aprovado pela Câmara dos Deputados, para convidar o presidente do COB a depor na Comissão de Esporte da Casa. Segundo Derly, Nuzman estava inclinado a comparecer à comissão, mas transferiu a decisão para seus advogados e acabou não indo ao Congresso.
Nesta quinta-feira, o parlamentar gaúcho atendeu à reportagem de ZH.
Na condição de ex-atleta, como recebe a prisão do Nuzman?
Meu sentimento é de decepção, mas não de surpresa. A corrupção no Brasil é um problema sério, endêmico. Temos o presidente e os últimos ex-presidentes da República denunciados por corrupção. Infelizmente, o esporte também foi atingido, mas o importante é que tudo se investigue e se esclareça. A sociedade não tolera mais conviver com sujeira em nenhuma área. Precisamos de uma auditoria no COB.
Nuzman e o grupo dele têm condições de permanecer à frente do COB?
Não tem condições de permanecer à frente do COB. Ele deve se afastar imediatamente para exercer seu direito de defesa preservando a entidade e o esporte nacional.
Que mudanças devem ser feitas no COB a curto prazo?
Em primeiro lugar, democratizá-lo. Em nenhuma entidade democrática a mesma pessoa fica no poder por 20 anos. É preciso renovação dos dirigentes e democratizar o colégio eleitoral, dar maior poder aos atletas. Democratizar é também implementar mecanismos de controle social, reestruturar modelo de governança de todo esporte brasileiro.