Ao todo, o Juventude orbitou em 15 temporadas na Série A – a primeira em 1977/78 e, após, a partir de 1994, com 13 participações consecutivas, um recorde para um clube do Interior.
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Esse tão grandioso quanto ousado feito até parece ter sido quase impossível e imaginável. Para nós mesmos, acostumou mal (ou bem), e a ficha custou a cair, na compreensível ânsia de retomar a vaga imediatamente. Apesar de toda a dedicação e empenho das direções, em vez da ascensão, só padecemos a peregrinação dos caminhos da queda. Uma atrás da outra. E quando nos demos conta, acordamos no inferno da Série D.
Não foi uma retomada fácil. Ao contrário, complexa e desafiadora, beirando à depressão. Ainda mais que a grana começou a minguar. Muito sacrifício teve de ser enfrentado. A tal estória de fazer das tripas coração. Estabeleceu-se, forçosamente, um tripé angular: insistência, persistência e resistência. E fomos magnetizados pela criatividade, transpiração e vontade. Com a crença e a seriedade no trabalho, que sempre pautou o famoso "Papo", presidentes da estirpe de Raimundo Demore e de Roberto Tonietto, com seus preciosos companheiros diretivos, alavancaram a catapulta para o sonhado salto de qualidade.
Na verdade, é opinião de consenso em todo o país que o Juventude nunca deveria ter sucumbido tanto e que, por consequência, é bem outro o seu posto na hierarquia do futebol nacional. No mínimo, onde conseguiu regressar: a Série B. E, se quiserem saber, nós estamos contentes, sabendo que aqui é o nosso lugar. Para dizer o certo, espelhando a nossa realidade atual, estamos mesmo felizes demais. Por enquanto e talvez por um longo tempo, nós nada mais aspiramos do que a manutenção do agora conquistado. Cabeça no lugar e pés no chão. Subir, um dia, talvez. Cair, jamais!
Sabemos que a próxima temporada será árdua, exigente e pesada. Sonhar não é proibido, mas a Série B tem o condão de provocar uma mudança mágica, melhorando amplamente o fluxo de caixa e permitindo voos mais elevados, além do equilíbrio da receita e da despesa. Contaremos com boas companhias e prometemos ser bons companheiros. Enfim: cumprir jornadas positivas, honrando o futebol gaúcho e contando com o apoio e o carinho que todos sempre devotaram ao Juventude, agradecendo de coração.
*ZH ESPORTES