Ele vai lá e cumpre a promessa. Totalmente avesso às entrevistas chatas, pasteurizadas e politicamente corretas, Conor McGregor – agora detentor de dois cinturões, penas e leves – escreveu seu nome na história do UFC. É, sem dúvida, o cara do momento.
Amado principalmente pelos irlandeses, odiado por muitos, mas respeitado por todos, o irlandês conquistou o respeito no octógono. Com técnica e boxe precisos, tem ótima defesa de quedas e evolui como poucos.
Leia mais:
Zona Mista: convidados escolhem o Cara da Semana
UFC 205 "quebrou todos os recordes possíveis", diz Dana White
Caju Freitas: Conor McGregor faz história em Nova York
Os americanos amam o chamado trash-talk – muito utilizado por anos pelos mitos do boxe. Tyson, por exemplo, disse que arrancaria a cabeça dos adversários e promoveu, em sua grande fase, lutas épicas e nocautes chocantes– apesar de não ter arrancado nenhuma cabeça, quando deparou com Holyfield, não deixou a orelha do adversário sair intacta do duelo.
Voltando ao McGregor, eu tive a oportunidade de estar com ele em dois momentos. O primeiro foi no Rio de Janeiro, em um evento com os fãs que aguardavam a pesagem da luta entre José Aldo e Chad Mendes 2. Lá, sofreu deboches, foi tripudiado, mas em nenhum momento perdeu a concentração. Foi frio – até demais – ao meu ver.
A segunda foi em Las Vegas, quando o vi em ação no UFC 189, em julho de 2015, contra Chad Mendes. McGregor começou a luta passando sufoco, mas cumpriu a promessa, nocauteou o norte-americano e ganhou o cinturão interino dos penas. Lembro que, nas minhas intervenções na Rádio Gaúcha, disse: "Estamos diante de um grande espetáculo, parece uma decisão de Copa do Mundo".
E quer saber? Eu gosto de caras assim. Podem até falar que existem exageros e tudo mais, mas o esporte precisa ter graça também. O UFC virou refém da competência de Connor McGregor, o dono do octógono.
*ZHESPORTES